São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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PM aponta origem para "Tropa de Elite" pirata

Responsável por legendas é suspeito de ter feito cópia
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

A polícia do Rio ouviu ontem Marcelo dos Santos Lima, 26, que fazia legendas para versão internacional do filme "Tropa de Elite", que tem uma versão pirateada à venda no comércio ilegal de diversas cidades. Ele prestou depoimento ontem, suspeito de ter feito a primeira cópia ilegal do DVD. Mas as investigações para descobrir quem pirateou "Tropa de Elite" partiram da exibição de uma cópia ilegal no BOPE (Batalhão de Operações Especiais da PM, que é tema do filme).
O DVD foi feito numa empresa de legendas e passou por seis pessoas até chegar a um PM, que levou o filme à corporação há um mês. O filme foi exibido em vários quartéis da PM e, quando chegou ao BOPE, Rodrigo Pimentel (ex-BOPE), co-roteirista do filme foi avisado.
As investigações duraram dez dias e, segundo o delegado Angelo Ribeiro, titular da DRCPIM (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial), foram ouvidas diversas pessoas e recolhidas provas documentais até chegarem ao nome de Lima, que fazia as legendas da empresa Drei Marc. As cópias dos filmes passavam por essa empresa terceirizada antes de irem para os Estados Unidos.
"Considero o caso encerrado. Depois de uma série de depoimentos, hoje sabemos que o Marcelo foi o primeiro a fazer a cópia. A princípio, para ceder para um amigo, que participou como ator do filme e depois fez outra cópia. Para poder mandar para juízo ainda tem alguns detalhes, como o laudo pericial", disse o delegado Ribeiro.
Segundo o delegado, Lima vai ser indiciado de violar direito autoral. Segundo ele, até ontem as investigações não apontavam que as cópias tivessem sido feitas visando lucro. A lei prevê para esses casos até quatro anos de prisão.
O filme é o mais vendido e o mais apreendido nas bancas de camelôs do Rio. Em uma única operação na Baixada Fluminense, realizada ontem, foram apreendidos 300 DVDs.
"Estou muito feliz com o trabalho da DRCPIM e do delegado Ribeiro, que conseguiram desbaratar esse grupo e por tabela, provar que não era uma jogada de marketing", disse o diretor José Padilha.

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