São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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JOSÉ ROBERTO COELHO DA ROCHA (1940-2008)

O nefrologista futebolista de Ipanema

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Tatuí abria o sorriso largo e gostoso ao ganhar no futebol de praia -mas não qualquer praia do Rio de Janeiro. O sol que tostava as costas morenas e a areia que gemia sob os pés, assim que tirava o jaleco branco e corria para o posto oito, tinham de ser de Ipanema. "Lá ele nasceu, cresceu, viveu e morreu."
O apelido veio de lá. Mas no jaleco se lia Dr. José Roberto Coelho da Rocha; nefrologista com 30 anos de medicina, coroados no ano passado, quando juntou duas paixões: nefrologia e Rio.
Excitado com o Congresso Mundial de Nefrologia na cidade natal, pôs-se a enviar mensagens aos colegas, com dicas de por que deveriam vir ao evento. "Ao chegar na Lagoa, ponha óculos escuros, porque a luminosidade é linda de morrer", dizia.
A residência médica, fez em Nova York, onde recebeu propostas de emprego. "Mas quis voltar para o Rio", diz a viúva, onde criou o Serviço de Nefrologia do Hospital da Beneficência Portuguesa e lá fez a primeira hemodiálise em hospital privado no Rio.
Tinha dois filhos, três netos e 67 anos, metade deles dedicados à medicina renal; dois como presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, que o indicou para o Prêmio Oswaldo Ramos, em setembro próximo. Morreu antes, na terça, de câncer.
Mas as mensagens do congresso sobreviveram e, de tão inspiradas, viraram um compêndio de crônicas, a ser publicado um dia. Foi batizado de "O Rio por José Roberto".

obituario@folhasp.com.br


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