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SAÚDE
Foram exibidos ontem 50 novos veículos, dois quais sete têm UTI; prefeitura nega problema e diz que remanejará funcionários
SP ganha ambulâncias sem motoristas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem que teria 50 novas
ambulâncias circulando a partir
de hoje, mas a Secretaria da Saúde
ainda providencia motoristas para todos os veículos. Para as sete
ambulâncias com UTI do conjunto, ainda faltam médicos.
A secretaria calcula que são necessárias 132 ambulâncias para
atender bem a população -hoje
ela opera com 31 veículos, todos
em péssimo estado. Prevê recompor a frota, deficitária historicamente, até o próximo ano.
Os novos veículos foram exibidos pela manhã, na sede do governo, em cerimônia de lançamento do Samu (Sistema de
Atendimento Móvel de Urgência), no âmbito do SUS. O ministro da Saúde, Humberto Costa,
anunciou o repasse anual de R$
180 milhões para 132 municípios
com mais de 100 mil habitantes e
20 capitais, entre elas São Paulo,
organizarem serviços de resgate.
"As ambulâncias estarão rodando a partir de amanhã", afirmou o
secretário municipal da Saúde,
Gonzalo Vecina.
Segundo o sindicato dos servidores municipais, são necessários
250 novos motoristas para os 50
novos veículos. Cada um precisa
de uma equipe de cinco condutores -quatro deles revezam-se em
plantões e um é o "reserva", que
cobre férias e faltas. Mas a prefeitura informa dispor de 200 motoristas, que trabalham nas 31 ambulâncias antigas.
Além das 50 ambulâncias entregues ontem, outras 12 novas chegarão em outubro. "Não adianta
comprar, porque sem motorista
não anda", afirma José Alfredo,
um dos diretores do sindicato.
Segundo Clara Whitaker, coordenadora hospitalar da prefeitura, as 31 ambulâncias velhas sairão paulatinamente de circulação
para reforma e os motoristas serão aproveitados. A prefeitura
também diz que irá reprogramar
férias de funcionários para não
necessitar de motoristas reservas.
A coordenadora nega problema
no planejamento e afirma que haverá funcionários suficientes para
a operação inicial. "Temos para o
básico." Segundo Whitaker, serão
necessários 63 novos médicos para as ambulâncias UTI, que serão
convocados de concursos, principalmente.
Estado e prefeitura ainda não se
entenderam. São Paulo continuará a ter duas centrais de urgências.
O 192, da prefeitura, e o 193, do
Estado. Muitas vezes ambulâncias
dos dois sistemas, por falta de comunicação, atendem o mesmo
caso. "Existem problemas administrativos, operacionais e são
áreas de governo diferentes", afirma Marcelo Klinger, diretor do
Samu municipal. As negociações
continuam.
(FABIANE LEITE)
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