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São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2003

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SAÚDE

Foram exibidos ontem 50 novos veículos, dois quais sete têm UTI; prefeitura nega problema e diz que remanejará funcionários

SP ganha ambulâncias sem motoristas

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem que teria 50 novas ambulâncias circulando a partir de hoje, mas a Secretaria da Saúde ainda providencia motoristas para todos os veículos. Para as sete ambulâncias com UTI do conjunto, ainda faltam médicos.
A secretaria calcula que são necessárias 132 ambulâncias para atender bem a população -hoje ela opera com 31 veículos, todos em péssimo estado. Prevê recompor a frota, deficitária historicamente, até o próximo ano.
Os novos veículos foram exibidos pela manhã, na sede do governo, em cerimônia de lançamento do Samu (Sistema de Atendimento Móvel de Urgência), no âmbito do SUS. O ministro da Saúde, Humberto Costa, anunciou o repasse anual de R$ 180 milhões para 132 municípios com mais de 100 mil habitantes e 20 capitais, entre elas São Paulo, organizarem serviços de resgate.
"As ambulâncias estarão rodando a partir de amanhã", afirmou o secretário municipal da Saúde, Gonzalo Vecina.
Segundo o sindicato dos servidores municipais, são necessários 250 novos motoristas para os 50 novos veículos. Cada um precisa de uma equipe de cinco condutores -quatro deles revezam-se em plantões e um é o "reserva", que cobre férias e faltas. Mas a prefeitura informa dispor de 200 motoristas, que trabalham nas 31 ambulâncias antigas.
Além das 50 ambulâncias entregues ontem, outras 12 novas chegarão em outubro. "Não adianta comprar, porque sem motorista não anda", afirma José Alfredo, um dos diretores do sindicato.
Segundo Clara Whitaker, coordenadora hospitalar da prefeitura, as 31 ambulâncias velhas sairão paulatinamente de circulação para reforma e os motoristas serão aproveitados. A prefeitura também diz que irá reprogramar férias de funcionários para não necessitar de motoristas reservas.
A coordenadora nega problema no planejamento e afirma que haverá funcionários suficientes para a operação inicial. "Temos para o básico." Segundo Whitaker, serão necessários 63 novos médicos para as ambulâncias UTI, que serão convocados de concursos, principalmente.
Estado e prefeitura ainda não se entenderam. São Paulo continuará a ter duas centrais de urgências. O 192, da prefeitura, e o 193, do Estado. Muitas vezes ambulâncias dos dois sistemas, por falta de comunicação, atendem o mesmo caso. "Existem problemas administrativos, operacionais e são áreas de governo diferentes", afirma Marcelo Klinger, diretor do Samu municipal. As negociações continuam. (FABIANE LEITE)


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