|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VILA CARIOCA
Mil pessoas serão procuradas por assistentes sociais; denúncia de contaminação ocorreu há cerca de um ano e meio
Prefeitura examinará vizinhos da Shell
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase um ano e meio depois de
a contaminação de uma área da
Vila Carioca pela Shell ter vindo a
público, a Prefeitura de São Paulo
inicia uma investigação para saber se as substâncias tóxicas que
poluíram o solo e as águas subterrâneas de parte do bairro, na zona
sul da capital, afetaram a saúde
das pessoas que lá vivem.
A aplicação de um protocolo
elaborado por um grupo de toxicologistas -que envolve entrevistas, consultas clínicas, exames
laboratoriais gerais e, se necessário, teste específicos para determinados tipos de contaminantes-
começa na próxima semana.
O processo de acompanhamento dos moradores da região, porém, não tem prazo para acabar,
afirma Rosana Panachão, gerente
da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria da Saúde do município. Isso porque os eventuais
efeitos de uma contaminação podem demorar anos para aparecer.
Inicialmente, a prefeitura vai
entrar em contato com mil moradoras da área. Elas serão procuradas por assistentes sociais e, se
concordarem em entrar no programa, serão encaminhadas para
consultas na Unidade Básica de
Saúde da área.
O número de atendimentos
prioritários foi resultado da análise de questionários de saúde aplicados no bairro no ano passado
pelo Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde e encaminhados à prefeitura.
Segundo Panachão, à medida
que as informações forem chegando à Secretaria da Saúde, formarão um banco de dados por
meio do qual será possível averiguar se há ligação entre doenças
que afetam os moradores e os poluentes encontrados no bairro.
Todas as despesas da operação
ficarão a cargo da prefeitura.
Desde meados de 2002, os órgãos ambientais e de saúde do
município e do Estado e o Ministério Público tentam, sem sucesso, assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com a Shell,
para que ela possa assumir responsabilidades como os custos de
acompanhamento de saúde e
eventual tratamento dos moradores. Há uma dificuldade das partes em concordar a respeito das
exigências do acordo. Enquanto
isso, a empresa tem se limitado a
cumprir as exigências de remediação ambiental do dano.
A base de combustíveis da Shell
na Vila Carioca é o cenário da
maior contaminação registrada
até hoje na cidade de São Paulo.
O local (cerca de 180 mil m2)
apresenta o subsolo e as águas
subterrâneas poluídos por pesticidas e hidrocarbonetos tóxicos.
Texto Anterior: Rio: PMs são presos acusados de sequestro Próximo Texto: Abastecimento: Calor "atrasa" volta da água em SP Índice
|