|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parecer rejeita ampliação de campus da Faap no Pacaembu
DA REPORTAGEM LOCAL
Um parecer do Condephaat
rejeitou nova proposta de ampliação do campus da Faap
(Fundação Armando Álvares
Penteado) no Pacaembu, zona
oeste de São Paulo. A fundação
quer construir no local uma garagem subterrânea para 1.400
veículos e dois prédios.
O relatório, aprovado em sessão de 15 de setembro, sustenta
que o projeto, se executado,
destoará em dimensões dos
imóveis do Pacaembu, bairro
residencial, com casas, e tombado pelo próprio conselho em
1991. Entre outros aspectos, o
documento diz que a proposta
de ampliação não contempla a
preservação de uma casa, anexa
ao terreno da fundação, apontada pelo conselho como "magnífico exemplar da moderna arquitetura brasileira".
Segundo parecer do conselheiro Lúcio Gomes Machado,
não há solução jurídica que
permita à Faap levar a cabo essa proposta. Para ele, um eventual parecer favorável do Condephaat abriria precedentes
para outros empreendimentos
fazerem a mesma solicitação.
O pedido da Faap tramita no
conselho desde 2000. O projeto
já sofreu modificações, como
redução do número de andares
dos prédios, em razão de protestos da população do Pacaembu. No ano passado, um
estudo divulgado pela fundação
apontou que 73% entre 439
moradores ouvidos se disseram
totalmente a favor da obra e
49% se dispuseram a participar
de um abaixo-assinado pela
ampliação do campus da Faap.
A fundação quer a nulidade
da sessão de 15 de setembro por
sustentar a ausência de divulgação, de pauta e de ata da reunião. O pedido será feito aos
novos componentes do conselho, ainda não nomeados pelo
governador Cláudio Lembo.
O advogado da fundação, Fabrício Soler, diz que todas as diretrizes técnicas foram cumpridas. O estacionamento, segundo ele, desafogará o trânsito na região da faculdade e dará
mais segurança aos alunos.
Gomes Machado, disse a
Faap, manteve o processo em
sua casa por três meses -por
causa disso, a fundação fez uma
representação contra o arquiteto na Secretaria de Estado da
Cultura, a qual o conselho está
subordinado, por prevaricação.
"Não estou defendendo interesse pessoal nenhum. O parecer foi aprovado por todos [os
conselheiros]", disse à Folha o
arquiteto Lúcio Gomes Machado, que já se defendeu na Secretaria da Cultura, por escrito,
da representação. Segundo ele,
a reunião do Condephaat, diferentemente do que sustenta a
Faap, teve pauta, era de conhecimento prévio dos conselheiros e apenas a ata do encontro
ainda não foi publicada.
Texto Anterior: Sem presidente e conselheiros, Condephaat pára Próximo Texto: Mortes Índice
|