São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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Parecer rejeita ampliação de campus da Faap no Pacaembu

DA REPORTAGEM LOCAL

Um parecer do Condephaat rejeitou nova proposta de ampliação do campus da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) no Pacaembu, zona oeste de São Paulo. A fundação quer construir no local uma garagem subterrânea para 1.400 veículos e dois prédios.
O relatório, aprovado em sessão de 15 de setembro, sustenta que o projeto, se executado, destoará em dimensões dos imóveis do Pacaembu, bairro residencial, com casas, e tombado pelo próprio conselho em 1991. Entre outros aspectos, o documento diz que a proposta de ampliação não contempla a preservação de uma casa, anexa ao terreno da fundação, apontada pelo conselho como "magnífico exemplar da moderna arquitetura brasileira".
Segundo parecer do conselheiro Lúcio Gomes Machado, não há solução jurídica que permita à Faap levar a cabo essa proposta. Para ele, um eventual parecer favorável do Condephaat abriria precedentes para outros empreendimentos fazerem a mesma solicitação.
O pedido da Faap tramita no conselho desde 2000. O projeto já sofreu modificações, como redução do número de andares dos prédios, em razão de protestos da população do Pacaembu. No ano passado, um estudo divulgado pela fundação apontou que 73% entre 439 moradores ouvidos se disseram totalmente a favor da obra e 49% se dispuseram a participar de um abaixo-assinado pela ampliação do campus da Faap.
A fundação quer a nulidade da sessão de 15 de setembro por sustentar a ausência de divulgação, de pauta e de ata da reunião. O pedido será feito aos novos componentes do conselho, ainda não nomeados pelo governador Cláudio Lembo.
O advogado da fundação, Fabrício Soler, diz que todas as diretrizes técnicas foram cumpridas. O estacionamento, segundo ele, desafogará o trânsito na região da faculdade e dará mais segurança aos alunos.
Gomes Machado, disse a Faap, manteve o processo em sua casa por três meses -por causa disso, a fundação fez uma representação contra o arquiteto na Secretaria de Estado da Cultura, a qual o conselho está subordinado, por prevaricação.
"Não estou defendendo interesse pessoal nenhum. O parecer foi aprovado por todos [os conselheiros]", disse à Folha o arquiteto Lúcio Gomes Machado, que já se defendeu na Secretaria da Cultura, por escrito, da representação. Segundo ele, a reunião do Condephaat, diferentemente do que sustenta a Faap, teve pauta, era de conhecimento prévio dos conselheiros e apenas a ata do encontro ainda não foi publicada.


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