São Paulo, terça, 30 de setembro de 1997.



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Japão é referência de polícia comunitária

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

O modelo japonês de postos de segurança -nos quais os policiais moram com a família- é um dos exemplos apontados pelo projeto piloto que pretende implantar o policiamento comunitário na zona noroeste de São Paulo.
O Ilanud (Instituto Latino-Ame ricano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente) e a 4ª Companhia do 4º Batalhão da Polícia Militar elaboraram um programa inédito de policiamento comunitário para os bairros de Perus, Taipas e Jara guá.
A proposta será utilizada hoje pela Comissão de Direitos Huma nos da OAB-SP (Ordem dos Advo gados do Brasil) como base para a discussão com o Comando Geral da PM sobre a implantação do no vo conceito de policiamento.
O projeto propõe aproximar o policial do cidadão. Como exem plo desse "estreitamento de laços de amizade e respeito à popula ção", são citados os postos japone ses conhecidos como "kobans".
Neles, o policial mora com a fa mília. "Eles funcionam como lo cais de recepção da população", disse o comandante da 3ª Compa nhia do 4º BPM, capitão Francisco Wanderlei Rohrer, um dos ideali zadores do programa brasileiro.
O projeto também faz referência ao modelo nova-iorquino de poli ciamento comunitário, o Commu nity Patrol Officer Program . A po lícia de bairro interage com a co munidade para prevenir o crime.
Outro exemplo de polícia comu nitária é o da cidade de Bangalore, na Índia. A cidade implantou um comitê composto por 20 morado res das dez subdivisões da metró pole. O órgão discute novas estra tégias de segurança pública.
A idéia central da proposta brasi leira é manter o PM atuando na área em que mora e fortalecer os Consegs (Conselhos Comunitá rios de Segurança), que serviriam como instrumento de controle da polícia pela população.
Segundo Regina Célia Pedroso, coordenadora de pesquisa do Ila nud, alguns dos princípios do po liciamento comunitário são incu tir no policial noções de direitos humanos e de respeito ao cidadão e priorizar o policiamento preven tivo, por meio de policiamento permanente de uma área.



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