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Prefeito distribui apito contra crime
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Prefeitura de Cascavel -município a 498 km de Curitiba- está distribuindo apitos aos moradores de um bairro visado por arrombadores de casas como arma
contra a violência.
A distribuição do material começou nesta semana, em fase experimental, no conjunto habitacional Julieta Bueno.
Alarme
O prefeito Edgar Bueno (PDT)
batizou o programa de segurança
de "Apito Solidário".
De acordo com o prefeito, a iniciativa "não requer gastos e segue
a mecânica de um alarme residencial, obviamente de forma simplificada e adaptada às condições
das famílias".
O conjunto Julieta Bueno é habitado por famílias de baixa renda. A cidade de Cascavel fica no
oeste do Paraná e tem 245 mil habitantes. A base econômica do
município é a agricultura.
A idéia é que, a qualquer suspeita de arrombamento de casa ou
abordagem de rua, os vizinhos recorram aos apitos para fazer barulho e afugentar o ladrão.
Se a nova "arma" funcionar, o
projeto será estendido a outros
bairros, segundo o prefeito Edgar
Bueno. Ele disse ter encampado a
idéia de uma moradora do bairro,
que já vinha incentivando o apito
entre a vizinhança.
O conjunto habitacional reúne
cerca de 500 famílias na região
norte da cidade.
Estatísticas da Polícia Militar
apontam uma média de 23 ocorrências policiais por mês, entre
furtos, arrombamentos, brigas e
até mortes.
"Qualquer tentativa de reduzir a
violência é válida", afirma o prefeito. Segundo ele, "o sucesso depende apenas da compreensão
das famílias".
Críticas
Mas alguns moradores começaram a receber os apitos com descrença na eficácia. "A gente corre
o risco de morte se avisar aos vizinhos sobre um assalto, por exemplo", afirma a dona-de-casa Diva
Machado, 48.
A iniciativa não inclui aumento
do policiamento no bairro. "É do
que precisamos", disse o jardineiro Mário Manoel Gonçalves, 50.
Ainda que não condene a idéia,
o comandante da Polícia Militar
em Cascavel, tenente-coronel Antônio Amauri Ferreira de Lima,
quer esperar a medida ser colocada em prática, antes de apostar
numa queda da criminalidade na
região.
"Tudo depende da seriedade
com que a proposta é encarada",
disse o policial.
Com o apito, funcionários da
prefeitura distribuem um manual
com instruções de uso. Dentre
outras orientações, alerta que os
trotes ou "alarmes falsos" podem
inviabilizar a idéia.
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