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TRÂNSITO
Medida é elogiada por especialistas e pelo sindicato das transportadoras; um dos objetivos é diluir concentração de veículos
SP amplia horário de caminhões no centro
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de 17 de fevereiro de
2003, os cerca de 550 mil veículos
de carga que circulam pela cidade
de São Paulo terão novas regras a
seguir. As principais mudanças
são a ampliação do horário em
que caminhões de pequeno porte
poderão entrar em áreas centrais
e a implantação do Cartão-Caminhão, que substituirá as autorizações especiais para que os veículos possam, segundo seu tipo de
atividade, circular ou estacionar
fora do local ou horário previstos.
No quadrilátero delimitado pelas av. Prestes Maia, Senador
Queirós, do Estado e São João e na
região compreendida entre as av.
Brigadeiro Faria Lima, Brigadeiro
Luís Antônio, Paulista, Doutor
Arnaldo e a rua Cardeal Arcoverde, os VLCs (Veículos Leves de
Carga, que têm entre 5,5 m e 6,3 m
de comprimento e até 2,2 m de
largura) passarão a poder circular
até as 16h durante a semana e não
terão restrições aos sábados.
Hoje, de segunda a sexta-feira,
eles só devem permanecer nessas
duas áreas (classificadas como
Zonas de Máxima Restrição à Circulação) até as 9h e as 15h, respectivamente. Aos sábados, a circulação é proibida entre 9h e 13h na
região mais central.
As alterações constam da portaria 26/02 do DSV (Departamento
de Operação do Sistema Viário),
publicada no último sábado, que
substitui dez portarias anteriores.
O objetivo, segundo a Secretaria
Municipal dos Transportes, foi,
por um lado, organizar o tráfego
de caminhões, padronizando horários, buscando disciplinar e, ao
mesmo tempo, diluir a movimentação de veículos cujas cargas têm
de ser transportadas de dia. Por
outro lado, com o Cartão-Caminhão, a pasta quer, por meio da
informatização, simplificar o processo de autorização.
Embora a própria secretaria já
tenha discutido a imposição de
maiores restrições à movimentação de cargas à noite e mantenha
o projeto de entrega programada
noturna, o titular da pasta, Carlos
Zarattini, sustenta que a portaria
facilitará a fiscalização e não trará
impacto ao tráfego na capital.
Especialistas do setor de transporte e o Setsesp (Sindicato das
Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região) concordam. Segundo o vice-presidente
do sindicato, Urubatan Helou, o
aumento da permissão de circulação dos VLCs é bom porque, por
serem eles maiores que os VUCs
(Veículos Urbanos de Carga, que
têm até 5,5 m de comprimento),
fazem menos viagens e, por isso,
causam menos trânsito. Hoje em
São Paulo a proporção chega a ser
de cinco VUCs para um VLC.
Para Roberto Scaringella, ex-presidente e fundador da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego), a flexibilização dos horários nas zonas de restrição máxima pode ter uma boa influência
na economia local. "Por outro lado, nas regiões centrais não predomina a circulação de veículos
superdimensionados." Por isso,
diz, o impacto deverá ser mínimo.
Além disso, segundo Scaringella, o horário em que foi ampliada
a possibilidade de circulação fica
entre os picos de tráfego.
Ailton Brasiliense, diretor-executivo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos),
diz que a CET costuma fazer levantamentos periódicos e sabe se
há espaço para flexibilização.
Fora as mudanças nessas áreas,
ficam valendo as demais restrições: de condições de circulação
dos veículos, do tipo de carga e da
natureza do serviço prestado. Ficam mantidas também as limitações nos grandes corredores de
tráfego e nas zonas residenciais.
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