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AMBIENTE
Salto de 185% se deve a maior fiscalização, principalmente em postos de gasolina
Cetesb confirma 472 novas áreas contaminadas em SP
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de áreas contaminadas no Estado de São Paulo passou de 255 em maio de 2002 para
727 em outubro deste ano. Em 18
meses, foram localizadas e confirmadas 472 novas áreas contaminadas. Aumento de 185%.
Para a Cetesb -Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental-, que monitora a poluição no Estado, o salto se deve
mais a um aumento na fiscalização que propriamente ao surgimento de novas áreas poluídas.
Vazamentos em postos de gasolina, por exemplo, aumentaram de
136 para 464 nesse período, quando a Cetesb passou a fazer um
programa de inspeção.
"Já fiscalizamos 30% dos 8.100
postos do Estado e começamos
pelos mais antigos ou com vazamentos suspeitos, o que explica o
grande número de áreas contaminadas nesse setor", disse Rubens
Lara, presidente da Cetesb.
Houve aumento também em
outras áreas. Por exemplo, o número de contaminação industrial
passou de 94 para 162. Já terrenos
cujo solo foi ocupado por lixões
subiu de 12 para 40 registros.
Além da "remediação" dos postos, a Cetesb cita trabalhos em andamento no terreno da favela Paraguai, na Vila Prudente, e em
uma área do laboratório Janssen-Cilag, em Sumaré, região de Campinas. Além de processos já concluídos no Anel Viário de Piracicaba (derramamento de produtos
químicos), num terreno na zona
leste, onde se "verificou o lançamento de resíduos da Basf" e, em
São Vicente, "onde houve deposição de resíduos da Rhodia".
A direção da Cetesb também
anunciou o lançamento de um
"guia para avaliação do potencial
de contaminação em imóveis",
com a participação de vários órgãos do Estado, universidades e
setores da construção civil. Com o
"guia", o comprador do imóvel
ou construtor poderá verificar se
a área em questão está contaminada. Como os resíduos industriais só passaram a ser controlados nos anos 80, é possível que haja centenas de áreas contaminadas ainda desconhecidas.
A Cetesb anunciou ainda a elaboração de um projeto de lei sobre "proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas". Além de mecanismos de fiscalização, o projeto prevê um fundo que financiará vítimas de áreas contaminadas.
Mauá
Os moradores do Condomínio
Residencial Barão de Mauá
(Grande SP) tiveram que ficar fora de seus apartamentos das 14h
às 16h de ontem, enquanto a Cetesb fazia uma coleta para monitorar áreas contaminadas por gás
na entrada do prédio.
O terreno, utilizado por décadas
como lixão industrial clandestino,
está contaminado por 44 substâncias tóxicas, entre elas o benzeno e
seus derivados -que são comprovadamente cancerígenos.
O problema foi descoberto no
final de 2001. Por causa da contaminação, correm na Justiça diversas ações de moradores que querem ser ressarcidos de prejuízos
materiais e morais. O resultado
das análises, que apontarão a
quantidade e o tipo de gás presente no local, será apresentado no
próximo dia 14.
Colaborou o "Agora"
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