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TELEFONIA CELULAR
Proposta também autoriza instalação em escolas, apesar de não haver estudos conclusivos sobre efeitos na saúde
Projeto de Marta libera antena em hospital
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo enviou à Câmara Municipal um
projeto que autoriza a instalação
de antenas de telefonia celular em
hospitais, escolas e creches, apesar de não existir nenhum estudo
conclusivo sobre os efeitos desses
equipamentos na saúde das pessoas. Pela proposta, a instalação
fica liberada "quando não houver
condições em outro local".
Também não há restrições à
instalação dos aparelhos em áreas
residenciais -apenas não pode
haver torres, só postes.
Pelo projeto, a instalação fica
proibida exclusivamente em postos de gasolina e em "áreas declaradas de relevante interesse histórico ou paisagístico".
Atualmente, não existe nenhuma conclusão sobre os malefícios
causados pelas antenas de telefonia celular, mas vizinhos reclamam de mal-estar e dores de cabeça depois da instalação desses
equipamentos, conforme a Folha
publicou em maio.
A Organização Mundial da Saúde conduz há vários anos uma
ampla pesquisa para delimitar
quais os efeitos desses aparelhos
sobre a saúde, mas o estudo só deve ficar pronto em 2005.
A cidade tem atualmente cerca
de 4.000 desses equipamentos de
transmissão e retransmissão de
sinais de telefones celulares, a
imensa maioria em situação irregular. Apenas 4% foram autorizados pelo poder público, e mais da
metade jamais fez nem o pedido
para a instalação. O valor para a
autorização de um equipamento é
atualmente de R$ 270.
A proposta da prefeitura estabelece um prazo de um ano para que
as empresas regularizem seus
equipamentos já instalados de
acordo com a nova lei, que estabelece recuos mínimos para a instalação em prédios e terrenos.
O projeto da administração
Marta Suplicy (PT) chegou à Câmara Municipal ontem, no mesmo dia em que o presidente da
BCP, Carlos Roberto Boschetti,
admitiu à CPI das Antenas que
sua empresa tem antenas instaladas sem a autorização da prefeitura. Para o vereador Antonio Salim
Curiati (PP), a situação da empresa ficou muito complicada. O executivo foi o último ouvido pela
comissão, que deve finalizar seu
relatório até 13 de novembro.
Ontem à noite, foi aprovado na
CPI um requerimento do vereador Milton Leite (PMDB), pedindo que o Ministério Público investigue se a BCP subornou servidores. A empresa só irá se manifestar após a CPI ser concluída.
Também era estudada uma
acusação contra o secretário do
Planejamento, Jorge Wilheim,
por não ter feito nada para impedir a proliferação das antenas.
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