DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tentou minimizar ontem a repercussão da saída do antropólogo Luiz Eduardo Soares da Secretaria Nacional de Segurança Pública, na semana passada, pregando continuidade de seu trabalho.
"Queria fazer uma homenagem ao [ex-]secretário Luiz Eduardo Soares, que pediu demissão, que saiu do ministério, mas cujo trabalho continua, cuja fecundidade intelectual, cuja capacidade de criação vai ser sempre uma fonte de inspiração", afirmou Bastos.
O ministro tenta passar a imagem de tranquilidade no trabalho da secretaria, uma área sensível e estratégica. Como primeiro movimento nesse sentido, assumiu interinamente a secretaria e nomeou seu braço direito, Claudio Alencar, secretário-substituto.
O nome do substituto definitivo deve ser divulgado amanhã ou na segunda-feira, segundo o ministro. Bastos negou que haja pressão política para o loteamento do cargo e disse que em seu ministério não há imposição de nomes.
A Folha apurou que a idéia é dar mais destaque à área no governo, como estratégia para conseguir mais verbas. "Não vamos conseguir vencer essa batalha se não cuidarmos da prevenção. O Fome Zero é tão importante como a compra de equipamentos na luta contra o crime."
O principal programa de Bastos é o Susp (Sistema Único de Segurança Pública). Quando estiver em pleno funcionamento, integrando procedimentos e compartilhando informações das polícias estaduais e federais, o sistema pode dar respostas mais rápidas às cobranças da população.
Em discurso durante cerimônia de repasse de R$ 9 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para Mato Grosso, Bastos defendeu a responsabilidade da União no combate ao crime. Também faz parte da estratégia do ministro, ao chamar para si a responsabilidade pela segurança, transmitir uma agenda positiva à população. (IURI DANTAS)


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