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PÓS-REBELIÃO
Andar da Casa de Custódia, no Rio, passa a ser batalhão prisional
PMS presos continuarão em Benfica
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Dois dias após a transferência
de policiais militares das carceragens dos batalhões para a Casa de
Custódia de Benfica (zona norte
do Rio), que fez com que eles organizassem uma rebelião que durou 19 horas, a Secretaria Estadual
de Segurança Pública do Rio publicou ontem resolução no "Diário Oficial" transformando o segundo andar do presídio no Batalhão Especial Prisional (BEP) da
corporação.
Com a decisão, os PMs presos,
que respondem a crimes mas que
ainda não foram julgados ou expulsos da corporação, vão permanecer na unidade que tem, no terceiro andar, 57 presos vinculados
à facção criminosa CV (Comando
Vermelho). Os policiais, que estavam presos em batalhões da PM,
contestam a transferência para o
presídio sob argumentação de
que ela fere o artigo 71 do estatuto
da Polícia Militar, que determina
que todos os PMs à disposição da
Justiça devem ficar detidos em
uma unidade exclusivamente militar. O presidente da Assinap
(Associação dos Ativos e Inativos
da Polícia Militar), Miguel Cordeiro, classificou a medida do governo como uma "safadeza". Ele
disse que entrará com um mandado de segurança para anular a
transferência e afirma que poderá
encaminhar uma representação
criminal contra o governo estadual. "Um andar inteiro não pode
ser transformado em batalhão. A
medida só teria sentido se a unidade toda fosse só de PMs", declarou. A PM decidiu desativar as
carceragens dos quartéis sob alegação de que policiais estavam tomando conta de presos nos batalhões em vez de trabalhar no combate à violência nas ruas.
Revoltados com a transferência
para a Casa de Custódia de Benfica, que foi palco, em maio, de uma
rebelião que deixou 31 mortos, os
policiais organizaram um motim
que só foi contido após a entrada
do Batalhão de Choque na unidade. Parentes dos PMs, que passam
o dia em frente ao presídio, temem que eles sejam atacados pelos 57 presos do CV que ainda estão em Benfica. Ao todo, 91 policiais foram transferidos de batalhões -77 foram para Benfica e o
restante para o presídio Ary Franco, em Água Santa (zona norte).
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