Após tentativa de fuga frustrada, agente penitenciário e dois detentos são assassinados em casa de custódia no Rio

Presos ligados a facção criminosa se apossaram de três escopetas e revólveres, de guardas da prisão e fizeram reféns por 8 h

ITALO NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Três pessoas morreram ontem durante uma rebelião na casa de custódia de Volta Redonda, a 128 km do Rio. Um policial militar reformado que trabalhava na unidade foi atingido com um tiro no peito, e dois detentos morreram carbonizados. Durante o motim, dois guardas foram feridos. Os detentos mantiveram, por oito horas, outros dois agentes penitenciários reféns. A unidade tinha 280 presos em 300 vagas.
Os PMs reformados Ademar da Rocha, 31, e Ubirajara Cândido, 61, foram baleados de raspão na testa e nas costas, respectivamente, atendidos no hospital São João Batista e liberados ainda na manhã de ontem. Doze detentos foram feridos por tiros e barras de ferro durante o motim, mas sem gravidade. Até o fechamento desta edição, os nomes dos mortos não haviam sido divulgados.
Segundo o tenente-coronel Adilson de Oliveira Nascimento, comandante do 28º Batalhão da Polícia Militar (Volta Redonda), por volta das 23h de sábado um grupo de três presos rendeu os guardas para tentar iniciar uma fuga. Chegaram até o pátio interno, após serrar a grade das celas, mas foram impedidos pelo policiamento externo da casa de custódia.
De posse de três escopetas e revólveres, tomados dos guardas rendidos, executaram, logo no início da rebelião, um dos PMs que faziam a vigilância da prisão, durante uma briga entre os próprios detentos, e feriram os dois PMs reformados.
Os internos também atearam fogo em dois internos e em celas. No início da rebelião, dez agentes penitenciários e dez PMs faziam a segurança.
O motim só foi controlado por volta das 7h de ontem. Após uma tentativa de negociação, policiais militares invadiram a casa de custódia, utilizando bombas de gás. Não houve troca de tiros, e os dois reféns foram liberados sem ferimentos.
Segundo a PM, os presos são da mesma facção criminosa, o Terceiro Comando.


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