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Operação-padrão de controladores de vôo provoca atrasos de 2 h em Cumbica
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
A operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo de
Brasília continuou a causar
atrasos ontem em aeroportos
de todo o país.
O aeroporto de Cumbica, em
Guarulhos, só voltou a operar
normalmente no início da noite de ontem, depois que alguns
vôos apresentaram atrasos de
duas horas durante o dia.
O problema, segundo o setor
de informações do aeroporto,
foi em conseqüência do radar
de Brasília, que operou em condições precárias no começo da
manhã. Por volta das 19h, apenas dois vôos da TAM estavam
duas horas atrasados.
No aeroporto de Viracopos,
em Campinas (95 km de São
Paulo), a média de atrasos foi
de pelo menos duas horas em
alguns vôos da manhã e da tarde de ontem. A lentidão foi motivada por atrasos em vôos saídos de São Paulo e Brasília.
Pelo menos sete vôos atrasaram no aeroporto de Confins
(região metropolitana de Belo
Horizonte). O aeroporto não
divulgou detalhes.
No aeroporto Eduardo Braga, em Manaus (AM), ocorreram atrasos de até quatro horas, durante a madrugada, em
dois vôos da Gol. A situação se
regularizou pela manhã.
Os atrasos registrados no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), ficaram em torno de uma hora.
Passageiros
O funcionário público Adolfo
Mittestadt, 36, que aguardava
para embarcar em Cumbica,
defendeu a contratação de mais
funcionários para evitar prejuízos aos passageiros. "Se realmente é para aumentar a segurança, tem que dar um jeito e
contratar mais controladores."
Já a vendedora Marcela Silva
do Nascimento, 23, tem dúvidas a respeito do motivo alegado -a insegurança- para a
operação-padrão. "Antes [o
controle] não colocava [os
vôos] em risco. Por que agora
isso tem que mudar?"
O professor universitário
Antônio Nunes, 66, que veio de
Portugal para participar de um
congresso em Porto Alegre, defendeu e apoiou a causa dos
controladores. "Uma greve
sempre traz prejuízos, mas, se
ela é justa, não sou eu que vou
ficar contra os trabalhadores",
disse o professor, que teve que
esperar por mais de uma hora
para poder embarcar com destino ao Rio Grande do Sul.
Já a secretária Tereza Silvestre, 47, disse que a decisão dos
controladores é uma falta de
respeito com as pessoas. "Eles
deveriam avisar os passageiros
para que a gente não fique esperando aqui no aeroporto".
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