São Paulo, sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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Após tempos áureos, galeria Ouro Fino vive crise e fecha 18 lojas

TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Corredores vazios e letreiros apagados denunciam que a galeria Ouro Fino, tradicional ponto da moda paulistana fundado há quase 50 anos, já não é mais a mesma.
Localizada no número 2.690 da rua Augusta, nos Jardins (zona oeste de SP), a galeria vive da fama de point da moda alternativa, adquirida no fim da década de 1990, mas padece de lojas desocupadas, descaracterização de público e desavenças entre síndica e lojistas.
Das cerca de 80 lojas, divididas em quatro andares, 18 estão desativadas. Há ainda um quinto andar, de escritórios de produtoras e agências de mídia -esse de circulação restrita-, onde se veem outros pontos desativados.

Queixas
Queixas de crise partem principalmente dos lojistas. De um lado, aqueles que não têm clientela fixa são os que veem o lucro minguar mês a mês. Do outro, as poucas marcas fortes que restaram, de público cativo, acabaram por inflacionar o valor dos aluguéis: hoje paga-se cerca de R$ 2.000 mensais.
"O perfil do lojista da Ouro Fino não é de quem pode comprometer o orçamento com todo esse dinheiro", diz Bel Zowie, dona da loja de botas que leva seu nome e funciona há dez anos na galeria.
Zowie faz parte do embrião de uma associação de lojistas criada para reivindicar aluguéis mais baixos, reformas, implantação de coleta seletiva e uso da galeria para eventos. O objetivo é ter mais voz ativa nas decisões sobre o espaço -hoje, dizem lojistas, tomadas "autoritariamente" pela síndica Monica de Araújo Ferreira da Silva.
À frente da galeria há 20 anos e dona de dois pontos comerciais no local -a Biquínis Ipanema, dela, e a loja onde funciona a renomada Thaís Gusmão, de lingerie e acessórios-, Monica diz que não há crise.
"A maioria [dos que reclamam] tá falida, porque não trabalha, fica só reclamando. Tenho loja na galeria desde 1971 e sobrevivi a todas a crises porque trabalhei. Por isso a galeria, sim, tem dinheiro."
Segundo ela, o início da reforma será em janeiro. Quanto às lojas vazias, diz que a maioria está em reforma e deve reabrir em breve.


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