|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
Após tempos áureos, galeria Ouro Fino vive crise e fecha 18 lojas
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Corredores vazios e letreiros apagados denunciam que
a galeria Ouro Fino, tradicional ponto da moda paulistana
fundado há quase 50 anos, já
não é mais a mesma.
Localizada no número
2.690 da rua Augusta, nos
Jardins (zona oeste de SP), a
galeria vive da fama de point
da moda alternativa, adquirida no fim da década de 1990,
mas padece de lojas desocupadas, descaracterização de
público e desavenças entre
síndica e lojistas.
Das cerca de 80 lojas, divididas em quatro andares, 18
estão desativadas. Há ainda
um quinto andar, de escritórios de produtoras e agências
de mídia -esse de circulação
restrita-, onde se veem outros pontos desativados.
Queixas
Queixas de crise partem
principalmente dos lojistas.
De um lado, aqueles que não
têm clientela fixa são os que
veem o lucro minguar mês a
mês. Do outro, as poucas
marcas fortes que restaram,
de público cativo, acabaram
por inflacionar o valor dos
aluguéis: hoje paga-se cerca
de R$ 2.000 mensais.
"O perfil do lojista da Ouro
Fino não é de quem pode
comprometer o orçamento
com todo esse dinheiro", diz
Bel Zowie, dona da loja de botas que leva seu nome e funciona há dez anos na galeria.
Zowie faz parte do embrião
de uma associação de lojistas
criada para reivindicar aluguéis mais baixos, reformas,
implantação de coleta seletiva e uso da galeria para eventos. O objetivo é ter mais voz
ativa nas decisões sobre o espaço -hoje, dizem lojistas,
tomadas "autoritariamente"
pela síndica Monica de Araújo Ferreira da Silva.
À frente da galeria há 20
anos e dona de dois pontos
comerciais no local -a Biquínis Ipanema, dela, e a loja onde funciona a renomada
Thaís Gusmão, de lingerie e
acessórios-, Monica diz que
não há crise.
"A maioria [dos que reclamam] tá falida, porque não
trabalha, fica só reclamando.
Tenho loja na galeria desde
1971 e sobrevivi a todas a crises porque trabalhei. Por isso
a galeria, sim, tem dinheiro."
Segundo ela, o início da reforma será em janeiro. Quanto às lojas vazias, diz que a
maioria está em reforma e deve reabrir em breve.
Texto Anterior: SP terá esquema especial de trânsito e transporte na 2ª Próximo Texto: Megablitz da polícia prende 2.191 pessoas Índice
|