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Megablitz da polícia prende 2.191 pessoas
9.299 policiais civis participaram das ações no Estado de São Paulo; 102 quilos de drogas e 112 armas foram apreendidas
Chamada de Gênese pela Secretaria da Segurança, a operação foi feita dois dias antes da divulgação dos dados sobre a criminalidade
AFONSO BENITES
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
realizou uma megaoperação
ontem em todo o Estado e, em
menos de 12 horas, prendeu
2.191 pessoas. Entre os presos,
estavam condenados por homicídio desde 2000.
Segundo o delegado-geral
Domingos Paulo Neto, a operação teve como um dos principais objetivos "valorizar o trabalho de inteligência da Polícia
Civil". Do total de presos, 1.601
foram alvo de mandados judiciais; 509 foram presos em flagrante e 81 já eram foragidos da
Justiça. Ao todo, 9.299 policiais
civis participaram da operação.
Em média, a Polícia Militar
prende em flagrante cerca de
240 pessoas por dia (dados de
agosto deste ano). Na operação
de ontem, também foram
apreendidas 112 armas e 102
quilos de droga. A PM, que não
participou da operação ontem,
apreendeu no mês de agosto,
em média, 40 armas por dia.
As ações começaram à 0h de
ontem e foram encerradas no
início da tarde. Em um dos casos, a polícia conseguiu libertar
do cativeiro dois donos de um
bar na zona leste. Três pessoas
foram presas.
Em outra ação, uma equipe
do DHPP (departamento de
homicídios) foi recebida a tiros
na favela da rua Alba, na zona
sul. Os policiais pediram reforço e trocaram tiros com criminosos. Foram presas 13 pessoas, entre elas um adolescente
suspeito de homicídio.
Entre os presos pelo DHPP,
havia procurados que estavam
condenados desde 2000. Mas,
segundo a delegada Elizabete
Sato, essas pessoas não eram
presas porque eram de "difícil
localização". "Essas pessoas
mudam muito de lugar."
A operação, chamada de Gênese pela Secretaria da Segurança da gestão José Serra
(PSDB), foi feita dois dias antes
da divulgação dos dados trimestrais sobre a criminalidade
em SP. No trimestre passado,
aumentaram os casos de homicídios, latrocínios e roubos.
Desde junho de 2007, quando foram presas 2.532 pessoas,
a polícia não prendia tanta gente em um só dia. Na época, a
operação foi realizada em meio
às investigações sobre ligação
de policiais com caça-níqueis.
Mudança no discurso
"Números são expressivos e
vejo a capacidade de operação e
operacionalização da Polícia
Civil, o grau de sigilo dessa operação, que é de grande vulto e o
grau de profissionalismo da Polícia Civil. Esses são alguns aspectos que precisam ser ressaltados", disse ontem o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, ao comentar o resultado da operação.
Em 26 de agosto, em debate
sobre segurança pública, Ferreira Pinto declarou que a Polícia Civil estava em situação de
"absoluta inépcia e letargia".
Ainda naquele dia, Ferreira
Pinto elogiou a PM (onde trabalhou por 16 anos) e disse dedicar
tempo para "resolver os problemas cruciais da [Polícia] Civil".
Segundo a Polícia Civil, a
Operação Gênese foi batizada
assim porque "representa o surgimento de uma nova Polícia
Civil, totalmente integrada".
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