JAIRO BOUER
especial para a Folha

Cuidados especiais com a pele serão necessários no verão que promete ser um dos mais quentes dos últimos anos.
Os raios ultravioleta do Sol são responsáveis diretos pelo envelhecimento cutâneo precoce e por um aumento no número de casos de câncer de pele (leia texto abaixo).
Os maiores sinais de envelhecimento são rugas, manchas e perda da elasticidade da pele. Esses sinais -já se sabia- são causados em parte por alterações no colágeno -proteína das camadas da pele.
Agora, um estudo publicado há 15 dias no "New England Journal of Medicine" -um dos jornais médicos mais importantes do mundo- esclarece o mecanismo de envelhecimento da pele provocado pela ação solar.
Os pesquisadores irradiaram (com luz ultravioleta) pequenas áreas da pele das nádegas (região que normalmente não recebe sol) de 59 pessoas de cor branca e retiraram pequenos fragmentos de áreas irradiadas e de áreas que não haviam sido irradiadas.
Os resultados mostraram que uma única exposição à luz ultravioleta aumentou os níveis de três enzimas (colagenase, 92-kd gelatinase e estromelisina), que participam do processo que "danifica" o colágeno da pele.
A degradação de um dos tipos de fibras colágenas (tipo I) chegou a ser 58% maior em pacientes que receberam radiações. As enzimas "destruidoras" permaneceram mais ativas por sete dias -depois de quatro exposições às radiações.
É importante notar que essas alterações apareceram mesmo na pele de quem não teve qualquer sinal de queimadura solar.

Cicatrização
Um processo de "cicatrização interna" acontece cada vez que o colágeno é destruído. O problema é que -como toda cicatriz- ela nunca é tão perfeita quanto o tecido original.
O resultado final é o aparecimento de alterações indetectáveis na pele -que vão se acumulando com as sucessivas exposições aos raios solares- e acabam trazendo rugas, manchas, ressecamentos e perda da aparência mais jovem.
Moral da história: tomar muito sol eleva os níveis de enzimas que degradam o colágeno e que podem causar envelhecimento da pele.
Para evitar esses problemas, a dermatologista Clarisse Zaitz, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), recomenda que o banho de sol seja evitado entre as 10h e as 15h e que um bom protetor solar seja passado em todas as áreas da pele expostas.
Ela também recomenda o uso de bonés, viseiras e camisetas para proteger a pele das partes mais sensíveis do corpo.



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