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CAMPINAS
Acusado foi preso, mas diz que amigo se suicidou
Psicólogo é morto a facadas, e filho de juiz é principal suspeito do crime
DO "AGORA"
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O psicólogo Rodolfo Bianchini,
30, foi encontrado morto anteontem, com sete facadas, em um
quarto da casa do ex-presidente
do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas
(95 km de SP), desembargador
Carlos Alberto Moreira Xavier. O
suspeito de cometer o crime, segundo a polícia, é o filho do juiz, o
filósofo Rodolfo Xavier, 26.
Ele foi detido para interrogatório no 1º Distrito Policial (DP) de
Campinas após a perícia examinar a casa. Ontem de madrugada,
teve a prisão decretada e foi encaminhado, algemado e com o rosto
escondido sob uma blusa, para o
2º DP, onde está numa cela para
presos com nível universitário.
O crime ocorreu em Nova Campinas, bairro de classe alta, depois
de uma festa. Na residência foi
achada uma porção de maconha.
De acordo com o boletim de
ocorrência elaborado pelo delegado Émersom Marinaldo Gardenal, do 1º DP, a vistoria na casa de
Xavier achou sinais de que o chão
da sala havia sido lavado para
apagar manchas de sangue. Nos
banheiros também havia sangue.
O corpo do psicólogo, por sua
vez, tinha hematomas nos braços
e arranhões nas costas (provavelmente unhadas), o que indicaria
que ele lutou antes de ser morto.
Ao lado do cadáver foi encontrada uma faca, do tipo que é usado
para cortar carne, suja de sangue.
As sete marcas em Bianchini,
quatro no peito e três no pescoço,
contribuíram para que os peritos
descartassem a hipótese de suicídio, defendida por Xavier, que, às
12h10, ligou para o Samu (Serviço
de Atendimento Médico de Urgência), dizendo que alguém tentava se matar em sua casa.
O filósofo contou ter sido acordado por outro amigo, chamado
Thiago, dizendo que Bianchini
entrara no quarto com uma faca.
Thiago e outro rapaz que também estava na casa, identificado
apenas como Paulo, compareceram na tarde de anteontem à delegacia e, segundo a defesa de Xavier, confirmaram a versão do filho do desembargador, que estava em Belo Horizonte (MG)
quando o crime ocorreu, foi avisado pelo telefone e retornou a
Campinas anteontem.
Bianchini foi enterrado ontem.
Sua família não comentou o caso.
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