São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 2002

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CAMPINAS

Acusado foi preso, mas diz que amigo se suicidou

Psicólogo é morto a facadas, e filho de juiz é principal suspeito do crime

DO "AGORA"
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

O psicólogo Rodolfo Bianchini, 30, foi encontrado morto anteontem, com sete facadas, em um quarto da casa do ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas (95 km de SP), desembargador Carlos Alberto Moreira Xavier. O suspeito de cometer o crime, segundo a polícia, é o filho do juiz, o filósofo Rodolfo Xavier, 26.
Ele foi detido para interrogatório no 1º Distrito Policial (DP) de Campinas após a perícia examinar a casa. Ontem de madrugada, teve a prisão decretada e foi encaminhado, algemado e com o rosto escondido sob uma blusa, para o 2º DP, onde está numa cela para presos com nível universitário.
O crime ocorreu em Nova Campinas, bairro de classe alta, depois de uma festa. Na residência foi achada uma porção de maconha.
De acordo com o boletim de ocorrência elaborado pelo delegado Émersom Marinaldo Gardenal, do 1º DP, a vistoria na casa de Xavier achou sinais de que o chão da sala havia sido lavado para apagar manchas de sangue. Nos banheiros também havia sangue.
O corpo do psicólogo, por sua vez, tinha hematomas nos braços e arranhões nas costas (provavelmente unhadas), o que indicaria que ele lutou antes de ser morto. Ao lado do cadáver foi encontrada uma faca, do tipo que é usado para cortar carne, suja de sangue.
As sete marcas em Bianchini, quatro no peito e três no pescoço, contribuíram para que os peritos descartassem a hipótese de suicídio, defendida por Xavier, que, às 12h10, ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), dizendo que alguém tentava se matar em sua casa.
O filósofo contou ter sido acordado por outro amigo, chamado Thiago, dizendo que Bianchini entrara no quarto com uma faca.
Thiago e outro rapaz que também estava na casa, identificado apenas como Paulo, compareceram na tarde de anteontem à delegacia e, segundo a defesa de Xavier, confirmaram a versão do filho do desembargador, que estava em Belo Horizonte (MG) quando o crime ocorreu, foi avisado pelo telefone e retornou a Campinas anteontem.
Bianchini foi enterrado ontem. Sua família não comentou o caso.


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