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NOITE
Advogado de empresários diz que prisão foi arbitrária; casa foi fechada sob a acusação de facilitação à prostituição
Polícia fecha o Café Photo e prende donos
da Reportagem Local
A casa noturna Café Photo, na
avenida Hélio Pelegrino, Vila
Olímpia (zona oeste), foi fechada
anteontem à noite pela polícia sob
a acusação de facilitação à prostituição.
Os dois proprietários da casa,
Fábio Puglisi, 35, e Benedito Noronha, 38, foram detidos e conduzidos algemados à Delegacia Seccional Centro.
A ação da polícia foi comandada
pelo delegado operacional Sebastião Lopes, 52.
Mesmo lotado na região central,
ele tem carta branca do Decap (Departamento de Polícia Judiciária
da Capital) para ``combater a
prostituição'' em toda a cidade
(leia texto abaixo).
``Prisão arbitrária''
O advogado dos empresários,
Cássio Paoletti, afirmou que a prisão foi arbitrária. ``Esse delegado
não tem base legal, moral ou social
para fechar a casa e deter seus donos'', afirmou.
Segundo ele, o Photo é um local
que oferece comida, bebida e diversão, sem ter qualquer envolvimento com a prostituição.
``Se os frequentadores usam a
casa para marcar encontros amorosos, os donos não podem ser
responsabilizados.''
Lopes negou ter sido arbitrário e
justificou a ação dizendo que o
Photo é um ``notório antro de
prostituição''.
Ontem à tarde, Paoletti conseguiu uma ordem judicial para libertar Puglisi e Noronha.
Testemunhas
No momento da prisão, por volta das 23h30, havia cerca de 350
pessoas na casa. Trinta mulheres
foram levadas à delegacia, em carros de polícia, como testemunhas.
``A situação foi constrangedora.
A polícia tratou pessoas trabalhadoras que estavam apenas se divertindo no Café Photo como bandidos'', afirmou o empresário
Moisés Ferreira Júnior, 28, que estava no local.
O Café Photo funcionou durante
oito anos na rua Manoel Guedes,
no Itaim Bibi (zona oeste). Em
março do ano passado, a casa foi
fechada pela prefeitura por falta de
condições de segurança e higiene.
O fechamento, segundos os donos, teria sido motivado pelas reclamações de moradores do bairro, descontentes com o excesso de
barulho e a presença de prostitutas
nas ruas.
Funcionando há cerca de dois
meses na avenida Hélio Pelegrino,
o Photo não tem mais a oposição
de moradores.
``No local onde está instalado,
que é basicamente comercial, o
Photo não incomoda ninguém.
Não vejo motivos para seu fechamento'', afirmou o empresário
Haya Hohagen, diretor do Conselho de Segurança do Itaim e Vila
Olímpia.
(OTÁVIO CABRAL)
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