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COLAPSO DA SEGURANÇA
Assessoria do governador vai analisar legalidade da medida, que, para advogados criminalistas, fere liberdade de expressão
Alckmin quer proibir entrevista com presos
DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pretende
proibir presos de darem entrevistas à imprensa. A idéia é que os
detentos só possam se pronunciar
perante à Justiça. A assessoria jurídica do governador está verificando se legalmente é possível
implantar a medida.
"Sou contra esse negócio de
preso dar entrevista. Preso tem de
falar na Justiça, ao depor", afirmou Alckmin.
O governador teria se irritado
ao assistir anteontem à entrevista
de Ailton Feitosa e Cleilson Gomes de Souza. Feitosa, que foi resgatado de helicóptero de um presídio em Guarulhos (Grande São
Paulo) no último dia 17, fez ironias sobre sua prisão e chegou a
gabar-se do resgate. "Não foi fantástico?", perguntou a repórteres.
Mas a proposta do governador
paulista, segundo advogados criminalistas, fere o direito de liberdade de expressão, garantido pela
Constituição.
A advogada Luciana Berardi,
especialista em direito penal, explica que o preso tem pena privativa de liberdade, ou seja, perde o
direito de ir e vir, enquanto têm
todas as outras garantias constitucionais, inclusive a de liberdade
de expressão. "É uma afronta até
mesmo aos direitos humanos, já
que todo mundo tem o direito de
se comunicar."
Além disso, a legislação do processo penal é de competência da
União. "É um tema que teria que
ser discutido em âmbito nacional", afirma Luciana.
Ressaltando que não se pode
obrigar alguém a dar entrevista, o
advogado Alberto Toron acredita
que a proposta atinge também a
liberdade de imprensa.
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