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COLAPSO DA SEGURANÇA
Assassinato por policial lidera ranking
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os homicídios praticados por
policiais lideram as denúncias à
Ouvidoria pela primeira vez desde o início do funcionamento do
órgão, em 1995. Em 2001, foram
2.637 comunicados feitos pela população a respeito de má conduta
ou crimes praticados pelas polícias Civil, Militar e Técnica,
18,24% delas por assassinato.
Até o ano passado, a principal
reclamação da sociedade eram as
infrações disciplinares cometidas
por policiais. Em 2000, 19,46% das
5.717 denúncias diziam respeito a
delitos como o uso de carro da
corporação para fins particulares,
uso de delegacia para guardar entorpecentes, faltas e, na maioria
das vezes, embriaguez.
No total, o número de contatos
da população com a Ouvidoria diminuiu 53,9% no ano passado,
em comparação com 2000. Segundo o ouvidor Fermino Fecchio Filho, os últimos 12 meses foram conturbados para o órgão
devido à alterações organizacionais, como mudança de endereço.
Fecchio Filho diz, também, que
a Ouvidoria passou quase cinco
meses sem receber denúncias de
forma sistemática, devido ao afastamento de pessoal e da demora
para a nomeação do ouvidor.
Ele afirmou que a política do Estado sobre criminalidade "deve
ser repensada". "Estamos procurando jogar luzes e melhorar esse
diálogo de surdos entre a população e a polícia de São Paulo."
O ouvidor sugeriu que o efetivo
das polícias fosse organizado de
forma diferente no Estado. Por
exemplo: a região de Bauru, que
ocupa a quinta posição no ranking, com 3,72%, possui uma taxa
de 93 policiais civis e 191 policiais
militares por 100 mil habitantes.
Na capital, campeã de notificações à Ouvidoria (51,88% das denúncias), há 60 policiais civis e 163
PMs para cada 100 mil habitantes.
Campinas
A população de Campinas lidera as denúncias de envolvimento
em policiais em crimes no interior
do Estado, com 8,34% do total. A
capital (51,88%) e a Grande São
Paulo (16,88%) ocupam os primeiros lugares.
O ouvidor classificou de "vergonha" a ação policial realizada para
identificar os autores da morte do
prefeito Antonio da Costa Santos,
de Campinas, em setembro.
Foram 220 contatos dos campineiros com a Ouvidoria em 2001.
Desses, 19,5% foram denúncias
de que policiais teriam cometido
assassinato. Um décimo dizia respeito a infrações disciplinares.
Outro Lado
A assessoria da Secretaria da Segurança Pública informou que o
órgão não iria se manifestar a respeito das declarações feitas por
Fecchio Filho ou sobre as estatísticas apresentadas pela Ouvidoria.
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