A cantora baiana Margareth Menezes, 32, se prepara - cuidando da garganta, do corpo e de detalhes de produção - para por seu trio elétrico nas ruas no Carnaval da Bahia este ano. E que trio. Seus planos são ambiciosos. Ela pretende reunir artistas como Carlinhos Brown, Elza Soares e a cantora pop Grace Jones. Além disso, vai colocar vários modelos seminus com o corpo pintado de dourado em cima do trio, que percorrerá as ruas de Salvador quinta, domingo, segunda e terça de Carnaval. "Quero recuperar a tradição dos trios, que eram sempre temáticos, por isso usei no meu trio essa inspiração futurista", diz. Axé music não está nos seus planos. Seu trio vai tocar o que ela chama de afro-reggae, ou afro-pop. "Vou cantar as coisas que eu gosto e admiro." Margareth faz a linha "low profile" e evita criar polêmicas sobre axé-music. E quando o assunto é o grupo É o Tchan, prefere ficar quieta.
Quais são seus planos para o Carnaval? Quero resgatar a alegoria do trio. Antigamente eles tinham uma boa cara, um registro diferente. Por isso estou fazendo uma produção muito grande. O Carnaval é uma festa muito importante para a Bahia. Este ano tivemos também a idéia de ter uma atração internacional. E estou tentando confirmar a presença da Grace Jones. Acho que ela vai combinar com o Carnaval da Bahia.
O que você acha da axé music? No início, eu tinha muita dificuldade de aceitar esse termo. Eu tinha uma birra, porque axé é uma expressão muito importante para a gente aqui na Bahia. Esse termo foi usado para definir todas as músicas da Bahia. Acho que muito de nós fazemos uma coisa que eu prefiro chamar de afro-pop. Adoro muita coisa que tem sido feita na Bahia atualmente. Adoro o Brown, a Daniela Mercury, a Timbalada. E todos os puxadores de blocos. Eles são maravilhosos e muito importantes para manter a tradição do Carnaval.
E as músicas do padre Marcelo? O que você acha de elas tocarem nos trios? Acho que o padre é pop. Tudo bem. A música dele traz uma mensagem positiva, fala dos anjos. Eu acho que o padre Marcelo é do bem.
Qual a sua opinião sobre o grupo É O Tchan? Acho que é uma moda. Prefiro não falar nada sobre isso. Não quero criar polêmica.
Como você se prepara para enfrentar a maratona dos trios? Temos que nos preparar bem. É um desgaste físico muito grande. Malho o ano todo, tomo muito líquido. Mas a gente que é da Bahia já está acostumado a pular Carnaval.
Vale a pena investir tanto no Carnaval? O Carnaval é um momento muito importante para o artista baiano. E fora isso, é um trabalho muito legal, ligado ao povo. O mais maravilhoso na Carnaval da Bahia é que ele é totalmente popular.


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