São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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Deputado nega conhecer Beira-Mar

da Sucursal do Rio

O deputado estadual mineiro Arlen Santiago (PTB) afirmou ontem aos deputados da CPI do Narcotráfico que nunca viu o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Na véspera, ele foi acusado por Laércio, ex-informante da polícia paulista, de receber dinheiro de Beira-Mar para sua campanha eleitoral em Montes Claros (MG).
"Só ouvi falar dele pelos jornais", garantiu Arlen Santiago, que se apresentou voluntariamente à CPI.
O irmão do deputado, o empresário Paulo César Santiago, acusado por Laércio de comandar uma rede de distribuição de drogas, também compareceu à CPI, mas até as 22h30 de ontem não havia começado a depor.
Arlen Santiago disse que já se ofereceu para falar também à comissão estadual mineira que investiga o narcotráfico.
"Queria ficar frente a frente com essa testemunha encapuzada, para que ele repetisse as acusações contra mim", disse Arlen Santiago, referindo-se a Laércio.
A sessão de ontem da CPI foi marcada pela revolta dos deputados da comissão com a atitude da juíza Cláudia Valéria Bastos Fernandes, da 3ª Vara Federal do Rio, que soltou anteontem dois policiais civis que seriam ouvidos ontem pela comissão.
Os policiais civis Alexandre Faria e Carlos Macedo são investigados pela CPI sob a acusação de extorquir R$ 40 mil de Fernandinho Beira-Mar. Depois de libertados, eles não apareceram para depor.
No ano passado, os dois integraram o grupo de policiais que esteve em Mato Grosso do Sul em busca de pistas de Beira-Mar. Lá eles prenderam e soltaram a mulher do traficante, Joelma, e um guarda-costas do traficante, alegando não haver nada de concreto contra os dois.
Faria e Macedo estavam presos no Rio por causa de um outro processo em que foram denunciados pelo Ministério Público Federal, sob a acusação de extorquir membros da quadrilha do traficante Marquinho, envolvido com o tráfico internacional de drogas.
A juíza foi muito criticada pelos deputados. "Por que uma juíza não quer colaborar com a CPI?", indagou o relator da comissão, Moroni Torgan (PFL-CE).
Cláudia já foi convocada para depor, mas tem a prerrogativa de escolher data, hora e local. Torgan diz que irá até as últimas consequências para saber por que ela soltou os dois e que, se necessário, pedirá a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico dela.



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