|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Deputado nega conhecer Beira-Mar
da Sucursal do Rio
O deputado estadual mineiro
Arlen Santiago (PTB) afirmou
ontem aos deputados da CPI do
Narcotráfico que nunca viu o traficante Luiz Fernando da Costa, o
Fernandinho Beira-Mar.
Na véspera, ele foi acusado por
Laércio, ex-informante da polícia
paulista, de receber dinheiro de
Beira-Mar para sua campanha
eleitoral em Montes Claros (MG).
"Só ouvi falar dele pelos jornais", garantiu Arlen Santiago,
que se apresentou voluntariamente à CPI.
O irmão do deputado, o empresário Paulo César Santiago, acusado por Laércio de comandar uma
rede de distribuição de drogas,
também compareceu à CPI, mas
até as 22h30 de ontem não havia
começado a depor.
Arlen Santiago disse que já se
ofereceu para falar também à comissão estadual mineira que investiga o narcotráfico.
"Queria ficar frente a frente com
essa testemunha encapuzada, para que ele repetisse as acusações
contra mim", disse Arlen Santiago, referindo-se a Laércio.
A sessão de ontem da CPI foi
marcada pela revolta dos deputados da comissão com a atitude da
juíza Cláudia Valéria Bastos Fernandes, da 3ª Vara Federal do Rio,
que soltou anteontem dois policiais civis que seriam ouvidos ontem pela comissão.
Os policiais civis Alexandre Faria e Carlos Macedo são investigados pela CPI sob a acusação de extorquir R$ 40 mil de Fernandinho
Beira-Mar. Depois de libertados,
eles não apareceram para depor.
No ano passado, os dois integraram o grupo de policiais que esteve em Mato Grosso do Sul em
busca de pistas de Beira-Mar. Lá
eles prenderam e soltaram a mulher do traficante, Joelma, e um
guarda-costas do traficante, alegando não haver nada de concreto contra os dois.
Faria e Macedo estavam presos
no Rio por causa de um outro
processo em que foram denunciados pelo Ministério Público Federal, sob a acusação de extorquir
membros da quadrilha do traficante Marquinho, envolvido com
o tráfico internacional de drogas.
A juíza foi muito criticada pelos
deputados. "Por que uma juíza
não quer colaborar com a CPI?",
indagou o relator da comissão,
Moroni Torgan (PFL-CE).
Cláudia já foi convocada para
depor, mas tem a prerrogativa de
escolher data, hora e local. Torgan
diz que irá até as últimas consequências para saber por que ela
soltou os dois e que, se necessário,
pedirá a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico dela.
Texto Anterior: Deputado e policial batem boca na CPI Próximo Texto: Corrupção lidera reclamações em SP Índice
|