São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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SAÚDE
Número de casos virais da doença na região de Campinas salta de 332 para 403; epidemia é descartada
Meningite cresce 21% em quatro dias

RAQUEL LIMA
free-lance para a Folha Campinas

A DIR-12 (Direção Regional de Saúde) de Campinas divulgou ontem um aumento de 21% nos casos de meningite viral nas cidades da região em relação à semana passada -o número de doentes passou de 332 para 403.
Foram confirmados 71 casos entre a última segunda-feira e ontem. O balanço do primeiro trimestre é 11% maior do que o total de casos confirmados de meningite viral na região em todo o ano passado, que chegou a 360.
De janeiro a março de 99, quando houve outro surto de meningite viral, foram registrados 195 casos da doença.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica da DIR-12, Maria Filomena Gouveia Vilela, descarta a possibilidade de epidemia.
Até ontem, a região tinha uma média de 134 casos de meningite viral por mês. De acordo com o diretor da DIR-12, Marcelo de Carvalho Ramos, a média considerada normal de meningite viral é entre 20 e 40 casos por mês.
A DIR descarta uma possível ligação entre a doença e a vacinação contra a febre amarela.
O número de casos de meningite viral aumentou na região no mesmo período da campanha contra a febre amarela, que ocorreu de 5 de fevereiro a 3 de março. Cerca de 2 milhões de pessoas foram imunizadas no período.
O Instituto Adolfo Lutz informou que não tem previsão para entrega dos resultados das análises das amostras do líquor dos doentes ficarão prontos.

Morte
A secretaria da Saúde do Distrito Federal não descarta a hipótese, mas considera pouco provável que o estudante Marcelo Baeta, 23, tenha morrido em decorrência de uma reação adversa à vacina contra febre amarela.
Marcelo, filho do empresário brasiliense Paulo Baeta, foi internado no último dia 24, no hospital Santa Lúcia, em Brasília, onde foi diagnosticado um quadro de meningoencefalite, dias após ter sido vacinado contra a febre amarela. Na última segunda-feira, Marcelo foi transferido para o Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, onde ocorreu o óbito.
Uma das razões para descartar a hipótese, na visão do secretário da Saúde do Distrito Federal, Jofran Frejat, amigo da família da vítima, é o fato de Baeta ter tomado a vacina no final de fevereiro e somente ter passado mal após o Carnaval -a reação costuma ser "quase que imediata".
Os resultados dos exames realizados no hospital devem sair só na próxima semana.
O infectologista David Uip, que atendeu Baeta, não respondeu aos telefonemas da reportagem.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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