São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE
Comerciais vão esclarecer sobre remédios; 50% desconhecem a diferença entre genéricos e similares
Serra anuncia 5 genéricos e 1ª campanha

da Sucursal de Brasília

O Ministério da Saúde aprovou ontem o registro de mais cinco medicamentos genéricos, elevando para 26 o número total de genéricos liberados no país desde 3 de fevereiro. Também foi anunciado o lançamento de uma nova apresentação de um genérico que já havia sido aprovado com outro formato.
Uma campanha será feita para tirar dúvidas sobre os remédios.
Os novos remédios devem chegar às farmácias na segunda quinzena de abril com preços até 45% menores do que os dos originais.
Três dos remédios liberados ontem estão entre os mais vendidos do país: dimeticona (cujo equivalente de marca é o Luftal), aciclovir (Zovirax, usado no combate à herpes) e o expectorante cloridrato de ambroxol (Mucosolvan).
Cálculos preliminares feitos pelo Ministério da Saúde indicam que esses três genéricos terão, respectivamente, redução de 45%, 36,2% e 32%.
"Mas a queda deve ser ainda maior porque alguns dos laboratórios produtores dos genéricos estão estudando a possibilidade de colocá-los no mercado com preço mais baixo do que o previsto", disse o ministro José Serra.

Campanha na TV
Pesquisa telefônica realizada pelo Ministério da Saúde em 22 de fevereiro constatou que 90% dos entrevistados já havia ouvido falar sobre genéricos, mas 50% desconheciam a diferença entre eles e os similares.
Para tirar as dúvidas existentes, no próximo domingo, será lançada campanha de TV, rádio e mídia impressa sobre genéricos.
Na TV, o comercial ensina a população a identificar quais são os genéricos aprovados pelo Ministério da Saúde pela embalagem, que traz a inscrição "medicamento genérico aprovado pela lei 9.787/ 99".
Apesar de afirmar que ficou surpreso com o alto índice de conhecimento sobre os genéricos, Serra disse que os resultados da pesquisa não podem ser generalizados para toda a população.
"A pesquisa foi feita por telefone, o que descarta da amostra a população muito pobre. Mas serve para indicar tendências", disse.
Dos mil entrevistados, todos com mais de 16 anos, 77% sabiam que o genérico tem a mesma fórmula química do remédio correspondente de marca e 71% sabiam que a qualidade é a mesma.
Serra destacou o fato de 72% dos entrevistados terem afirmado que não substituem o remédio receitado pelo médico, mesmo se o farmacêutico garantir que o efeito é igual.


Genéricos aprovados: albendazol (contra vermes), dimeticona (adsorvente e antifisético intestinal), aciclovir (para tratar herpes) e cloridrato de ambroxol (expectorantes simples), cloridrato de vancomicina (antibiótico) e sulfato de salbutamol (broncodilatador).


Texto Anterior: CPI defende venda de remédio a granel para reduzir gastos
Próximo Texto: CPI vai investigar importação
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.