São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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AIDS

Campanha preventiva para drogas injetáveis tem cartaz com mãe de dependente
"Agora você tem escolha. Use sempre seringa nova." A mensagem está em alguns dos 50 mil cartazes do Ministério da Saúde que serão afixado nos locais onde transitam usuários de drogas injetáveis e nos "bretes", como são chamados os locais usados para a aplicação da droga.
Ilustrado por um prego -agulha usada, na gíria dos usuários- e uma seringa descartável, o cartaz é uma das ações da campanha de prevenção às DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e à Aids entre os usuários que injetam drogas, cerca de 800 mil no país.
A ação foi lançada durante encontro sobre "redução de danos como política de saúde", que vai até amanhã no Sesc-Pompéia, em São Paulo. O conceito de redução de danos é empregado para definir ações que possam diminuir os riscos para dependentes, independentemente de desejarem ou conseguirem abandonar o uso.
Divulgar o preservativo e oferecer seringas são as principais ações para a redução dos casos de Aids entre esses dependentes. No país, estima-se que um quarto dos infectados pegaram o vírus dividindo seringas.
Da campanha faz parte ainda um cartaz para profissionais que trabalham com drogas, com a participação de Zilda Domingues, mãe de um usuário. Seu filho atua nos programas de redução de danos em Porto Alegre.
O cantor Lobão, que disse ter abandonado as drogas há 13 anos, é o "garoto-propaganda" da campanha. "Precisamos lembrar que há quem usa droga e não está no fundo do poço", disse o cantor. "Campanhas maniqueístas e hipócritas não contribuem para nada. Burrice é a única droga que não tem cura."
Um dos debates, que teve a participação do repórter Aureliano Biancarelli, da Folha, tratou do papel da mídia na divulgação correta do conceito de redução de danos.
A Folha foi lembrada como o jornal que mais frequentemente trata da questão. O encontro reúne representantes dos cerca de 40 projetos em andamento no país, a maioria em parcerias do Ministério da Saúde com órgãos estaduais, municipais e ONGs. (DA REPORTAGEM LOCAL)

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