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Família é acusada de vigiar cativeiro
DO "AGORA"
Verônica Agra da Silva, de 40
anos, e suas filhas, de 16, 13 e 11
anos, são acusadas de participar
de um sequestro, mantendo refém na própria casa uma mulher
sequestrada em semáforo na zona
sul de São Paulo.
As quatro foram detidas por
volta da 0h de ontem, logo após a
libertação da gerente de loja
C.O.S., 33, que ficou três horas em
poder de uma quadrilha.
C.O.S. foi sequestrada por volta
das 19h de anteontem. Co um revólver, os adolescentes identificados como Leo e Risadinha cercaram o carro dela, um Fiesta, num
semáforo da estrada de Itapecerica, Capão Redondo.
A gerente foi obrigada a dirigir
até a casa de Verônica, na travessa
Sempre-Verde, Cohab Adventista, também no Capão. C., então,
teve de revelar as senhas dos seus
cartões e explicou aos bandidos
que não tinha dinheiro no banco,
mas eles não acreditaram.
Enquanto Leo saiu para fazer os
saques, a refém ficou no quarto da
casa, vigiada por Risadinha e pela
filha mais velha de Verônica, a
adolescente G.C.C.
Outra vítima
G. teria dito à vítima que "um
senhor de idade" já havia passado
pelo cativeiro. "Ela disse que ele
foi solto porque passou mal.",
contou C.
Depois que Leo voltou -sem
dinheiro-, a gerente foi levada
de volta ao Fiesta e obrigada a dirigir até a rua Otusco, nas proximidades, onde foi libertada. A dupla fugiu com o carro. A gerente
conseguiu carona com um motoqueiro, que a levou até a delegacia,
por volta das 23h.
Guiados pela vítima, investigadores do 47º DP (Capão Redondo) e da 6ª Seccional (Santo Amaro) chegaram ao cativeiro, onde
mãe e as três filhas foram presas
em flagrante.
O delegado Antonio Carlos da
Silva, da 6ª Seccional, afirmou que
a polícia encontrou na casa pedaços rasgados de um talão de cheques pertencente a uma pessoa
que ainda não foi identificada.
"Isso indica que o local pode ter
servido de cativeiro para outras
pessoas, além da gerente."
Segundo ele, Verônica seria indiciada por cárcere privado, e
suas filhas, levadas à Febem.
O carro de C. foi achado de madrugada, na favela do Jardim
Marcelo, com a lateral amassada.
"Forçado pela dupla"
Verônica negou a acusação de
ter participado do sequestro. Ela
afirmou que foi surpreendida pelos bandidos. "A gente estava vendo novela e os meninos entraram
de repente, trazendo a moça."
A dona-de-casa disse que ela e a
família sobrevivem do que ganham do programa Renda Mínima, da prefeitura.
A filha mais velha, G.C.C., afirmou que a dupla de sequestradores era amiga de seu irmão de 20
anos, assassinado há cinco meses,
após envolver-se com tráfico de
drogas e roubo.
"Eu pensei em me revoltar e fazer que nem ele", contou a adolescente. "Mas a vida do crime é uma droga."
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