São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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ISAIAS HESSEL MELSOHN (1921-2009)

Um crítico pensador da psicanálise
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em razão da pouca produção escrita de Isaias Melsohn, as psicanalistas Bela Sister e Marilsa Taffarel decidiram fazer um livro. Em 1996, pela editora Escuta, saiu "Isaias Melsohn: a Psicanálise e a Vida", escrito a partir de depoimentos. Imigrante polonês, chegou criança ao Brasil e, nos anos 40, formou-se em medicina pela USP -após abandonar o curso de arquitetura que o pai tanto queria que ele fizesse, como conta a filha Marina, também psicanalista. Em sua área, foi pioneiro. "Ele foi o primeiro psicanalista no país que ousou pensar criticamente os fundamentos básicos da psicanálise, como o conceito de inconsciente", diz Bela Sister. Segundo Marina, seu pai defendia que o "inconsciente, como descrito por Freud, não existia". Sua tese, publicada em outros países, foi rechaçada, lembra a filha. Militante de esquerda, trabalhou no hospital do Juqueri, no Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP e foi membro visitante da Sociedade Britânica de Psicanálise. Também fundou uma clínica e colaborou com o Instituto Sedes Sapientiae. "Curioso da vida", era amante de artes e música clássica, além de adorar um bom vinho. Nos anos 90, recebeu o título de notório saber da USP. Em 2001, lançou "Psicanálise em Nova Chave". Morreu segunda, aos 88, devido a problemas cardíacos. Deixa viúva, dois filhos, quatro netos e uma bisneta.
obituario@grupofolha.com.br


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