São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 2002

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Melhorias só devem começar após 2005

DA REPORTAGEM LOCAL

O novo sistema de transporte coletivo de São Paulo será implantado em julho de 2003, mas as primeiras melhorias só começarão a ser sentidas após 2005.
O cronograma de investimentos que a gestão Marta Suplicy (PT) lançará nos editais de licitação prevê que a frota de ônibus na capital paulista será renovada apenas depois de quatro anos do início do novo modelo e que as vans e peruas, consideradas inadequadas para transportar passageiros, só serão definitivamente substituídas por microônibus e miniônibus depois de dois anos.
O modelo prevê a construção de 22 novos terminais e 300 estações de transferência -pontos de ônibus mais estruturados, com bancos e coberturas-, além da reforma dos 14 terminais municipais já existentes. Esses investimentos, porém, só devem ficar prontos em julho de 2005.
As viações poderão apresentar na concorrência uma frota com idade média até mesmo superior à atual -sete anos, uma das mais altas do país; no Rio, por exemplo, é de quatro anos. Elas terão que baixar essa idade média para cinco anos a partir de 2007.
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, desistiu de fazer exigências sobre a quantidade de ônibus em razão da série de protestos de motoristas e cobradores, que apontavam uma redução da frota de 10 mil para 7.500 veículos.
"Vamos fazer exigências dos serviços. Eles terão que disponibilizar uma frota que atenda a essas exigências. Na nossa expectativa, essa quantidade deve ser maior do que a atual", afirmou Carlos Alberto Carmona, presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), que vai organizar as regras do novo sistema.

Mudanças
As mudanças imediatas com a aplicação do novo modelo se referem à divisão de São Paulo em linhas estruturais -que serão operadas pelas empresas de ônibus e ligarão os bairros ao centro, com tarifa de R$ 1,40- e linhas locais -que serão operadas por perueiros e motoristas de ônibus autônomos, que farão trajetos curtos nos bairros, cobrando R$ 1.
No centro expandido, as linhas de trajeto curto também serão de responsabilidade das viações, com tarifa de R$ 1,40.
Essas alterações vão provocar uma redução na quantidade de linhas de ônibus de 1.576 para 852.
A idéia é excluir os trajetos longos, que atravessam diversos bairros, e expandir as baldeações.
Os passageiros que utilizam mais de um transporte -esse grupo atualmente soma 25%- devem subir para 48%.
O custo das viagens não deve ficar mais alto para a maioria dos usuários porque parte das integrações será gratuita -todos os ônibus terão catracas eletrônicas e haverá cartões magnéticos, já a partir de julho de 2003, para facilitar as baldeações. (AI)


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