São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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JUSTIÇA

Após decisão do STJ, dinheiro começou a ser transferido para contas de 61 famílias durante a madrugada de sexta

Ex-moradores do Palace 2 recebem indenização

ALESSANDRO FERREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

As vítimas do desabamento do edifício Palace 2 conseguiram, enfim, receber parte das indenizações as quais têm direito, depois do impasse que durou uma semana e só foi resolvido após a intervenção do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Na madrugada de ontem, o dinheiro começou a ser transferido para as contas bancárias de alguns ex-moradores.
No início da noite de anteontem, o STJ determinou que a competência para decidir o destino dos R$ 9,4 milhões arrecadados no leilão de um hotel do ex-deputado Sérgio Naya -dono da Sersan, construtora do edifício- era do Tribunal de Justiça do Rio e não da Justiça Federal.
Às 19h30, após receber o comunicado oficial do STJ com o teor da decisão, o juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio, Luiz Felipe Salomão, expediu os mandados de pagamento para 61 famílias.
A direção do Banco do Brasil ainda tentou adiar as transferências para a manhã de ontem, no início do expediente bancário, mas Salomão determinou que o pagamento fosse feito imediatamente, sob pena de prisão do funcionário do banco que se recusasse a cumprir a ordem.
Com os mandados, o advogado das vítimas, Nélio Andrade, e o oficial de Justiça foram à agência do BB que fica no mesmo prédio que o TJ (centro do Rio), mas não havia mais nenhum funcionário para efetuar os pagamentos.
De lá, então, os dois seguiram para a agência Senador Dantas, também no centro, onde conseguiram protocolar os mandados, mas foram informados pelos funcionários de que as transferências só poderiam ser feitas, naquele momento, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador (zona norte do Rio).
O advogado e o oficial seguiram para o aeroporto, de onde só saíram às 3h, já com os 61 boletos de transferência bancária.
De acordo com Rauliete Guedes, presidente da Associação das Vítimas do Palace 2, as famílias permaneceram em vigília na porta do TJ, à espera de um contato do advogado. Foi de lá que uma moradora, correntista do BB, que consultou seu saldo pelo telefone e constatou que o dinheiro (cerca de R$ 113 mil) estava na conta.
"Esse momento foi de muita alegria. Nos demos as mãos e fizemos uma oração em agradecimento a Deus. Esse caso foi tão complicado que acredito mesmo que Ele teve de nos dar uma mãozinha para que tudo acabasse bem, como de fato acabou", disse Guedes, acrescentando que os moradores comemoraram comendo pizzas vendidas por um ambulante que passava pelo local.
Outras 13 famílias ainda não receberam as indenizações devido a pendências burocráticas, mas estiveram no TJ ontem e devem receber o dinheiro devido na próxima segunda-feira.


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