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JUSTIÇA
Após decisão do STJ, dinheiro começou a ser transferido para contas de 61 famílias durante a madrugada de sexta
Ex-moradores do Palace 2 recebem indenização
ALESSANDRO FERREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As vítimas do desabamento do
edifício Palace 2 conseguiram, enfim, receber parte das indenizações as quais têm direito, depois
do impasse que durou uma semana e só foi resolvido após a intervenção do STJ (Superior Tribunal
de Justiça). Na madrugada de ontem, o dinheiro começou a ser
transferido para as contas bancárias de alguns ex-moradores.
No início da noite de anteontem, o STJ determinou que a competência para decidir o destino
dos R$ 9,4 milhões arrecadados
no leilão de um hotel do ex-deputado Sérgio Naya -dono da Sersan, construtora do edifício- era
do Tribunal de Justiça do Rio e
não da Justiça Federal.
Às 19h30, após receber o comunicado oficial do STJ com o teor
da decisão, o juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio, Luiz Felipe Salomão, expediu os mandados de pagamento para 61 famílias.
A direção do Banco do Brasil
ainda tentou adiar as transferências para a manhã de ontem, no
início do expediente bancário,
mas Salomão determinou que o
pagamento fosse feito imediatamente, sob pena de prisão do funcionário do banco que se recusasse a cumprir a ordem.
Com os mandados, o advogado
das vítimas, Nélio Andrade, e o
oficial de Justiça foram à agência
do BB que fica no mesmo prédio
que o TJ (centro do Rio), mas não
havia mais nenhum funcionário
para efetuar os pagamentos.
De lá, então, os dois seguiram
para a agência Senador Dantas,
também no centro, onde conseguiram protocolar os mandados,
mas foram informados pelos funcionários de que as transferências
só poderiam ser feitas, naquele
momento, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador (zona norte do Rio).
O advogado e o oficial seguiram
para o aeroporto, de onde só saíram às 3h, já com os 61 boletos de
transferência bancária.
De acordo com Rauliete Guedes, presidente da Associação das
Vítimas do Palace 2, as famílias
permaneceram em vigília na porta do TJ, à espera de um contato
do advogado. Foi de lá que uma
moradora, correntista do BB, que
consultou seu saldo pelo telefone
e constatou que o dinheiro (cerca
de R$ 113 mil) estava na conta.
"Esse momento foi de muita
alegria. Nos demos as mãos e fizemos uma oração em agradecimento a Deus. Esse caso foi tão
complicado que acredito mesmo
que Ele teve de nos dar uma mãozinha para que tudo acabasse
bem, como de fato acabou", disse
Guedes, acrescentando que os
moradores comemoraram comendo pizzas vendidas por um
ambulante que passava pelo local.
Outras 13 famílias ainda não receberam as indenizações devido a
pendências burocráticas, mas estiveram no TJ ontem e devem receber o dinheiro devido na próxima segunda-feira.
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