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Procon aplica multas de até R$ 3,2 mi por falhas em call centers
Claro e Vivo tiveram as maiores autuações; ao todo, 20 empresas terão de pagar R$ 10 milhões por desrespeitar lei
Principais infrações são deixar cliente esperando por mais de 1 minuto, obrigá-lo a relatar problema mais de uma vez e não resolver queixa em 5 dias
DA REPORTAGEM LOCAL
O Procon paulista multou
ontem 20 empresas por descumprimento das novas regras
de telemarketing, em vigor desde dezembro do ano passado.
Ao todo, o valor a ser pago
chega a R$ 10 milhões. Claro e
Vivo, da área de telefonia celular, terão de desembolsar cerca
de R$ 3,2 milhões cada uma.
As infrações cometidas são,
na maioria dos casos, deixar
pessoas esperando na linha por
mais de um minuto, não resolver problemas em cinco dias ou
obrigar o usuário a relatar o
problema mais de uma vez.
No caso da Claro, o Procon
constatou irregularidades como linhas ocupadas, pedidos de
atendentes para que o usuário
fornecesse dados pessoais mais
de uma vez na mesma ligação,
espera superior a um minuto e
atendimento interrompido.
No da Vivo, a empresa condicionava o acesso ao atendente
ao fornecimento de dados do
cliente, também havia espera
de mais de um minuto para
atendimento e o serviço encontrava-se indisponível nas tentativas da fiscalização. Ligações
também eram interrompidas.
Não cabem mais recursos no
Procon. Se quiserem contestar
as multas, as empresas terão de
recorrer à Justiça. O dinheiro
arrecadado será usado para
campanhas de esclarecimento
sobre direitos do consumidor.
Segundo o Procon-SP, as
multas variam de acordo com
gravidade e quantidade de infrações cometidas, além da
condição econômica do infrator. Os valores variam de
R$ 213 a R$ 3,2 milhões.
Do início de dezembro até o
dia 28 de julho, o órgão estadual
afirma ter recebido 5.419 denúncias de consumidores via
site (www.procon.sp.gov.br).
"O setor mais reclamado foi
telefonia fixa e móvel, com
3.570 denúncias. TV por assinatura e cartão de crédito também foram setores questionados pelos consumidores, com
452 e 409 denúncias, respectivamente", informou o Procon,
em nota divulgada ontem. Ainda há 54 processos em curso.
A terceira maior multa entre
as aplicadas ontem teve a Caixa
Econômica Federal como alvo.
O banco estatal terá de pagar
R$ 2,1 milhões por problemas
no atendimento a clientes.
O principal problema apresentado pelo telemarketing da
Caixa foi tempo de espera dos
clientes, superior a um minuto.
"Não adianta aumentar a capacidade de venda, se não aperfeiçoar na mesma medida a capacidade de sanar as demandas
dos consumidores", afirmou,
por meio da nota oficial, o diretor-executivo da Fundação
Procon-SP, Roberto Pfeiffer.
"O decreto do SAC [Serviço
de Atendimento ao Consumidor] define parâmetros mínimos de qualidade de atendimento e a Fundação Procon-SP vai continuar fiscalizando
para punir aqueles que não se
adequarem", completou.
No início da semana, o SNDC
(Sistema Nacional de Defesa
do Consumidor), coordenado
pelo Ministério da Justiça, protocolou duas ações por danos
morais coletivos contra a Claro
e a Oi/Brasil Telecom.
A indenização requerida de
cada uma das empresas de telefonia é de R$ 300 milhões, valor cem vezes maior que a multa máxima do Código de Defesa
do Consumidor.
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