São Paulo, quinta, 31 de julho de 1997.



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Cerealista é acusado de dar golpe de R$ 3 mi em agricultores de SP

WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Bauru

A polícia de Marília (SP) está procurando o comerciante João Batista Bueno, acusado de aplicar um golpe de cerca de R$ 3 milhões em produtores de feijão de várias cidades do Estado.
Bueno, proprietário do Comércio de Cereais Papel, comprou a produção de agricultores de Guaíra, Ouro Verde, Dracena e Miguelópolis e teria pago com cheques sem fundos. O golpe foi descoberto esta semana quando os cheques dados pelo cerealista começaram a voltar sem fundos.
O produtor Anélio Crapis, de Ouro Verde, tentou receber pessoalmente um dos cheques e descobriu que o galpão onde estava instalada a firma havia fechado.
Os delegados Devando Lima e Luiz Eduardo Lourenço, do 2º Distrito Policial de Marília, obtiveram um mandado de busca e encontraram no galpão apenas 60 sacas de feijão e móveis do escritório.
No apartamento em que o comerciante morava, a polícia encontrou os móveis encaixotados, prontos para serem transportados. "O que foi encontrado não cobre 1% do prejuízo", disse Lima.
Crapis contou à polícia que suas perdas ficaram em torno de R$ 130 mil. Segundo ele, pelos menos outros 40 agricultores de Ouro Verde venderam toda a produção ao cerealista.
O produtor Leonildo Manhani disse que seu prejuízo chega a R$ 600 mil. Ele afirmou que o preço oferecido pelo comerciante de Marília não era o melhor, mas vendeu sua produção porque o negócio parecia seguro.
A polícia apurou que o cerealista fazia pequenos pagamentos adiantados aos produtores para não levantar suspeitas. O delegado Lima acredita que o cerealista tenha fugido para o Paraná. "No domingo, ele tirou 5.000 sacas de feijão do depósito. Encontramos um dos motoristas que fez o transporte."



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