São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2000


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EDUCAÇÃO
Aumento em relação a 1999 foi de 5,4%; no ciclo fundamental, segundo censo escolar, há queda de 0,8% nos inscritos
Crescem matriculados no ensino médio

VALÉRIA DE OLIVEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Censo escolar deste ano divulgado ontem pelo Ministério da Educação registra o crescimento 5,4% no total de matrículas no ensino médio (antigo colegial) em relação a 1999. Passou de 7,1 milhões para 7,5 milhões.
O crescimento ocorreu na rede estadual (7,9%). Nas escolas federais e privadas, no entanto, foi verificada queda na taxa (10,2% e 4,2%, respectivamente).
De acordo com o ministro Paulo Renato Souza, o aumento no total de matriculados no ensino médio decorre da redução na repetência e melhoria do fluxo de alunos, alçados às séries mais adequadas às suas idades.
Essas mesmas justificativas foram empregadas pelo ministro para a queda de 0,8% no volume de matrículas no ensino fundamental (da 1ª até a 8ª série). Em 1999, existiam 33,5 milhões inscritos nessas séries. Neste ano, o censo verificou 33,3 milhões.
A diminuição de alunos ocorreu no período de 1ª à 4ª série (3,5%). De 5ª à 8ª, houve aumento de 2,9% nas matrículas.
A queda reflete, também, evasão escolar (o estudante deixa o curso por um período e retorna), que atualmente está em torno de 1%, segundo o MEC, e abandono da escola, calculado em cerca de 15% pelo ministério.
De acordo com o levantamento feito até 30 de março, 97,4% da população de 7 a 10 anos está matriculada na rede básica de ensino.
A queda de matrículas no ciclo fundamental, segundo Paulo Renato, era "esperada e desejada".
O ministro avalia que houve redução do "inchaço" nesse nível de ensino. Ele explicou que ocorreu a saída de alunos mais velhos, que ainda cursavam da 1ª à 8ª série. Essa etapa é destinada a crianças de 7 a 14 anos. "O sistema está começando a se ajustar", disse.
Os dados mostram que os indicadores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, relativas aos níveis fundamental e médio, têm uma evolução melhor que as demais, tornando o país, nas palavras do ministro, "mais homogêneo" na área educacional.
As quedas mais significativas em volume de matrículas ocorreram na 1ª série do ensino fundamental, em escolas da região Nordeste. A Paraíba chegou a registrar diminuição de 16,6% no ingresso de alunos nessa série. No Maranhão, a baixa foi de 15,3%.
Foi também no Nordeste que aconteceu o maior aumento nas matrículas de 5ª à 8ª série (9,7%).
Segundo o ministro, os alunos mais velhos alcançaram séries mais adiantadas graças a classes de aceleração, programas específicos implementados pelos Estados e cursos supletivos.


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