|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Governador anuncia criação de três novas unidades para agir em protestos, sequestros com reféns e rebeliões
Rio terá polícia para casos de emergência
SERGIO TORRES
LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO
A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio criará em
setembro três unidades policiais
destinadas a agir em situações de
emergência, como protestos de
rua, sequestros com reféns e rebeliões de presos.
A instalação do Grupamento
Antimotim, do Grupo de Gerenciamento de Crises e da Unidade
de Intervenção Tática coincide
com a repressão ao protesto convocado por líderes de favelas, desencadeada este mês pela secretaria, por ordem do governador
Anthony Garotinho (PDT).
Formado por delegados da Polícia Civil e oficiais da PM, o Grupo
de Gerenciamento de Crises (nome provisório) terá a função de
planejar a ação policial em situações consideradas emergenciais.
Segundo o planejamento da secretaria, rebeliões em delegacias e
presídios serão combatidas pelo
Grupamento Antimotim, integrado por policiais de unidades operacionais, como o Bope (Batalhão
de Operações Especiais).
O ataque a locais onde haja vítimas de sequestros -como no
ônibus da linha 174, em junho-
será comandado pela Unidade de
Intervenção Tática, que também
terá a atuação de PMs do Bope.
As novas unidades ficarão subordinadas à Coordenaria de Atividades Especiais, outra novidade
no organograma da secretaria. A
coordenadoria, que será chefiada
ou por um delegado ou por um
oficial da PM, estará ligada à Subsecretaria de Planejamento da Secretaria de Segurança.
"A situação da violência no Rio
está absolutamente sob controle.
No Rio, não há mais área proibida", afirmou Garotinho à Folha,
referindo-se a locais dominados
por traficantes em que o poder
público não consegue se instalar.
Para Garotinho, fracassou o ato
da Frente de Luta Popular em
protesto contra a violência policial, realizado anteontem no centro. "O tráfico sabe que está acuado. O governo tinha informações
de que a passeata era organizada
com a intenção de desacreditar a
política de segurança. Quando
nós nos antecipamos, tornando
pública a verdade da manifestação, eles ficaram sem saber o que
fazer. Dividiram-se, e o ato foi
aquele fiasco", afirmou.
Os organizadores do ato planejavam reunir cerca de 2.000 moradores de favelas. Compareceram
pouco mais de 300. Para eles, a repressão do governo, que filmou o
ato e abriu 68 inquéritos para investigar supostas ligações entre
traficantes e líderes comunitários,
esvaziou o protesto.
Texto Anterior: Para diretor, caso foi "fatalidade" Próximo Texto: ONU pede informações sobre vítima de tortura Índice
|