São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2000


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SEGURANÇA
Governador anuncia criação de três novas unidades para agir em protestos, sequestros com reféns e rebeliões
Rio terá polícia para casos de emergência

SERGIO TORRES
LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio criará em setembro três unidades policiais destinadas a agir em situações de emergência, como protestos de rua, sequestros com reféns e rebeliões de presos.
A instalação do Grupamento Antimotim, do Grupo de Gerenciamento de Crises e da Unidade de Intervenção Tática coincide com a repressão ao protesto convocado por líderes de favelas, desencadeada este mês pela secretaria, por ordem do governador Anthony Garotinho (PDT).
Formado por delegados da Polícia Civil e oficiais da PM, o Grupo de Gerenciamento de Crises (nome provisório) terá a função de planejar a ação policial em situações consideradas emergenciais.
Segundo o planejamento da secretaria, rebeliões em delegacias e presídios serão combatidas pelo Grupamento Antimotim, integrado por policiais de unidades operacionais, como o Bope (Batalhão de Operações Especiais).
O ataque a locais onde haja vítimas de sequestros -como no ônibus da linha 174, em junho- será comandado pela Unidade de Intervenção Tática, que também terá a atuação de PMs do Bope.
As novas unidades ficarão subordinadas à Coordenaria de Atividades Especiais, outra novidade no organograma da secretaria. A coordenadoria, que será chefiada ou por um delegado ou por um oficial da PM, estará ligada à Subsecretaria de Planejamento da Secretaria de Segurança.
"A situação da violência no Rio está absolutamente sob controle. No Rio, não há mais área proibida", afirmou Garotinho à Folha, referindo-se a locais dominados por traficantes em que o poder público não consegue se instalar.
Para Garotinho, fracassou o ato da Frente de Luta Popular em protesto contra a violência policial, realizado anteontem no centro. "O tráfico sabe que está acuado. O governo tinha informações de que a passeata era organizada com a intenção de desacreditar a política de segurança. Quando nós nos antecipamos, tornando pública a verdade da manifestação, eles ficaram sem saber o que fazer. Dividiram-se, e o ato foi aquele fiasco", afirmou.
Os organizadores do ato planejavam reunir cerca de 2.000 moradores de favelas. Compareceram pouco mais de 300. Para eles, a repressão do governo, que filmou o ato e abriu 68 inquéritos para investigar supostas ligações entre traficantes e líderes comunitários, esvaziou o protesto.


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