São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2000


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Pimenta Neves possui porte de arma

DA REPORTAGEM LOCAL

Antônio Marcos Pimenta Neves era até a morte de Sandra Florentino Gomide um dos 900 paulistas autorizados pela Polícia Civil a portar arma de fogo nas ruas, como fazem os policiais.
Para conseguir a licença, segundo a polícia, Pimenta Neves passou por uma avaliação psicológica e técnica, conforme a lei.
O delegado Francisco de Migueli, chefe da Divisão de Produtos Controlados, afirmou que ele enfrentou um exame teórico sobre legislação, noções de tiro, regras de segurança e noções de direito fundamental da pessoa humana.
Ao final dos exames, o jornalista provou ter bons antecedentes, explicou o motivo do pedido do porte -não revelado pela polícia- e apresentou uma declaração de trabalho.
Essas exigências estão na lei de porte de arma, que se encontra em vigor desde 97, e servem para selecionar os candidatos.
O próprio governo do Estado de São Paulo, independentemente da lei, vinha criando mecanismos de restrição para esse tipo de autorização. Nos últimos seis anos, o número de autorizações caiu de 69.136 (94) para 1.167 (99)
O porte de arma do jornalista saiu em 22 de fevereiro. A arma apresentada como sendo a do crime, um revólver calibre 38, estava em nome do jornalista Pimenta Neves e registrado na polícia.
O advogado dele, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, na semana passada, disse que seu cliente arrumou a arma e o porte para autodefesa. Ele teria sido seguido um dia à noite, após o trabalho.
Hoje, o IC (Instituto de Criminalística) ficou de divulgar o laudo da balística, que irá comprovar se o revólver que o advogado Mariz de Oliveira entregou à polícia é realmente a arma do crime.
Segundo a polícia, Pimenta Neves estava com o revólver carregado com cinco balas no dia do homicídio, duas delas atingiram Sandra. A munição era do tipo ""silver point", caracterizada pelo bico achatado. Pelo formato e por ter mais pólvora que a munição comum, o projétil tem maior velocidade e impacto. É do tipo que a Polícia Militar usa, por exemplo.
Em vez de perfurar o corpo da vítima, de acordo com especialistas em munição, a bala ""abre" e causa lesões mais sérias.


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