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Pimenta Neves possui porte de arma
DA REPORTAGEM LOCAL
Antônio Marcos Pimenta Neves era até a morte de Sandra Florentino Gomide um dos 900 paulistas autorizados pela Polícia Civil a portar arma de fogo nas ruas,
como fazem os policiais.
Para conseguir a licença, segundo a polícia, Pimenta Neves passou por uma avaliação psicológica e técnica, conforme a lei.
O delegado Francisco de Migueli, chefe da Divisão de Produtos
Controlados, afirmou que ele enfrentou um exame teórico sobre
legislação, noções de tiro, regras
de segurança e noções de direito
fundamental da pessoa humana.
Ao final dos exames, o jornalista
provou ter bons antecedentes, explicou o motivo do pedido do
porte -não revelado pela polícia- e apresentou uma declaração de trabalho.
Essas exigências estão na lei de
porte de arma, que se encontra
em vigor desde 97, e servem para
selecionar os candidatos.
O próprio governo do Estado de
São Paulo, independentemente
da lei, vinha criando mecanismos
de restrição para esse tipo de autorização. Nos últimos seis anos, o
número de autorizações caiu de
69.136 (94) para 1.167 (99)
O porte de arma do jornalista
saiu em 22 de fevereiro. A arma
apresentada como sendo a do crime, um revólver calibre 38, estava
em nome do jornalista Pimenta
Neves e registrado na polícia.
O advogado dele, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, na semana
passada, disse que seu cliente arrumou a arma e o porte para autodefesa. Ele teria sido seguido
um dia à noite, após o trabalho.
Hoje, o IC (Instituto de Criminalística) ficou de divulgar o laudo da balística, que irá comprovar
se o revólver que o advogado Mariz de Oliveira entregou à polícia é
realmente a arma do crime.
Segundo a polícia, Pimenta Neves estava com o revólver carregado com cinco balas no dia do homicídio, duas delas atingiram
Sandra. A munição era do tipo
""silver point", caracterizada pelo
bico achatado. Pelo formato e por
ter mais pólvora que a munição
comum, o projétil tem maior velocidade e impacto. É do tipo que
a Polícia Militar usa, por exemplo.
Em vez de perfurar o corpo da
vítima, de acordo com especialistas em munição, a bala ""abre" e
causa lesões mais sérias.
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