|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA
Promotoria pede fim do inquérito do vôo 402 por falta de provas
Acidente com Fokker da TAM fica sem culpado
DA REPORTAGEM LOCAL
As investigações do acidente
com o Fokker-100 da TAM, que
matou 99 pessoas em 31 de outubro de 1996, chegam ao fim sem
ter encontrado culpados.
Com base nessa conclusão, o
promotor Mário Luiz Sarrubo entrou com pedido de arquivamento do inquérito na 1ª Vara Criminal do Fórum do Jabaquara.
O pedido ainda não teve parecer
do juiz Ricardo Gracco. Procurado pela Folha, Gracco não quis informar quando sairá o resultado.
Porém o fim do processo é esperado tanto pelo promotor quanto
pela presidente da Associação
Brasileira de Parentes e Amigos
das Vítimas de Acidentes Aéreos
(Abrapava), Sandra Assali, ex-mulher de uma vítima do desastre
com o Fokker-100.
A Abrapava surgiu do grupo
que ficou conhecido como "viúvas da TAM". "O problema todo
desse inquérito foi a sua complexidade e a demora", diz Sandra.
Sandra Assali mantém as acusações que fez durante o período de
apuração. "Tudo demorou. O
laudo técnico saiu quase dois
anos depois, a um mês de expirar
o prazo exigido pela Justiça para
entrar com ação indenizatória."
Das 99 famílias de vítimas do
acidente, 26 foram indenizadas.
"Isso porque aceitaram o que foi
oferecido pela TAM", afirma Sandra. O valor foi US$ 145 mil.
Para ela, a demora ajudou a empresa aérea a organizar a sua defesa e a instruir os depoimentos.
O promotor Mário Luiz Sarrubo afirma que o pedido de arquivamento se deu "por falta de provas". "Pelo menos na esfera criminal, não foram constatada imperícia ou negligência graves."
No caso da TAM, a acusação dizia respeito à falta de treinamento
adequado para a tripulação em
caso de acionamento do reverso
(espécie de freio do avião) em
vôo, que foi apontado como principal causa do acidente.
Tampouco, de acordo com Sarrubo, foi verificado que a fabricante do reverso, a empresa norte-americana Northrop, previa
que isso pudesse ocorrer.
"O arquivamento não dificulta
as ações indenizatórias. Para
mim, há fortes comprovações civis e penais contra as duas empresas", declara Sarrubo.
Outro lado
A assessoria de imprensa da
TAM informou que a empresa
não questiona a posição judicial.
Sobre as indenizações, a assessoria afirmou que os US$ 145 mil
ainda estão disponíveis para as famílias que não receberam.
Texto Anterior: Roubos crescem quase 100% nos últimos 3 anos Próximo Texto: Meio ambiente: 47% do lixo industrial de SP não é tratado Índice
|