São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2000


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JUSTIÇA
Promotoria pede fim do inquérito do vôo 402 por falta de provas
Acidente com Fokker da TAM fica sem culpado

DA REPORTAGEM LOCAL

As investigações do acidente com o Fokker-100 da TAM, que matou 99 pessoas em 31 de outubro de 1996, chegam ao fim sem ter encontrado culpados.
Com base nessa conclusão, o promotor Mário Luiz Sarrubo entrou com pedido de arquivamento do inquérito na 1ª Vara Criminal do Fórum do Jabaquara.
O pedido ainda não teve parecer do juiz Ricardo Gracco. Procurado pela Folha, Gracco não quis informar quando sairá o resultado.
Porém o fim do processo é esperado tanto pelo promotor quanto pela presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapava), Sandra Assali, ex-mulher de uma vítima do desastre com o Fokker-100.
A Abrapava surgiu do grupo que ficou conhecido como "viúvas da TAM". "O problema todo desse inquérito foi a sua complexidade e a demora", diz Sandra.
Sandra Assali mantém as acusações que fez durante o período de apuração. "Tudo demorou. O laudo técnico saiu quase dois anos depois, a um mês de expirar o prazo exigido pela Justiça para entrar com ação indenizatória."
Das 99 famílias de vítimas do acidente, 26 foram indenizadas. "Isso porque aceitaram o que foi oferecido pela TAM", afirma Sandra. O valor foi US$ 145 mil.
Para ela, a demora ajudou a empresa aérea a organizar a sua defesa e a instruir os depoimentos.
O promotor Mário Luiz Sarrubo afirma que o pedido de arquivamento se deu "por falta de provas". "Pelo menos na esfera criminal, não foram constatada imperícia ou negligência graves."
No caso da TAM, a acusação dizia respeito à falta de treinamento adequado para a tripulação em caso de acionamento do reverso (espécie de freio do avião) em vôo, que foi apontado como principal causa do acidente.
Tampouco, de acordo com Sarrubo, foi verificado que a fabricante do reverso, a empresa norte-americana Northrop, previa que isso pudesse ocorrer.
"O arquivamento não dificulta as ações indenizatórias. Para mim, há fortes comprovações civis e penais contra as duas empresas", declara Sarrubo.

Outro lado
A assessoria de imprensa da TAM informou que a empresa não questiona a posição judicial. Sobre as indenizações, a assessoria afirmou que os US$ 145 mil ainda estão disponíveis para as famílias que não receberam.


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