São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2001

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SS REFÉM

O governador Geraldo Alckmin e o secretário Marco Vinicio Petrelluzzi estiveram na casa; a Polícia Civil foi afastada do caso e abandonou as negociações para liberar o empresário

Autoridades atendem exigências

DA REPORTAGEM LOCAL

O sequestrador Fernando Pinto, 22, teve ontem todas as exigências que fez -cinco, no total- atendidas pelas autoridades policiais de São Paulo.
Elas começaram cedo, quando, de acordo com policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais), ele exigiu que policiais civis se afastassem da casa e abandonassem as negociações para liberação do apresentador Silvio Santos.
À tarde, em entrevista coletiva, o secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, negou que a polícia tenha acatado o pedido do sequestrador. "Ele não fez nenhuma exigência", disse.
Segundo o secretário, a decisão de afastar a Polícia Civil das negociações foi tomada por ele. Ele diz que agiu dessa maneira porque entendeu que, se houvesse uma ação contra o sequestrador e ele acabasse morto, poderia provocar especulações de que teria havido uma revanche pelo fato de Fernando Pinto ter, no dia anterior, matado dois policiais civis e ferido um terceiro.
A segunda exigência foi a presença, no local, do secretário e do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). Ambos foram à casa no começo da tarde e, em seguida, o sequestrador se rendeu.
Antes da rendição, porém, Fernando Pinto, com duas armas apontadas para Silvio Santos, apresentou mais três pedidos: que não fosse levado para uma delegacia, sob guarda direta da Polícia Civil; que sua família tivesse proteção; que pudesse tomar banho antes de deixar a casa.
O banho foi imediatamente concedido. As autoridades, então, ligaram para o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, e determinaram que uma vaga para o sequestrador fosse preparada no COC (Centro de Observação Criminológica), para onde ele foi transferido.
Apesar de a negociação ter contado com a presença do governador, Petrelluzzi disse que o Estado mantém a afirmação de que "o governo não negocia com bandidos", pois "o princípio que norteou o governo foi o da preservação da vida". "Achamos que cumprimos com nossa obrigação e fizemos o que tinha de ser feito."


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