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O CASO ABRAVANEL
Depois de matar dois policiais em Barueri, Fernando Pinto passou a noite em terreno; apavorado, ele foi pedir ajuda a Silvio Santos, diz capitão da PM que conversou com o criminoso
Sequestrador dormiu na vizinhança
FABIANE LEITE E
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O sequestrador Fernando Dutra
Pinto disse que após o tiroteio
com policiais civis dentro de um
flat em Barueri, ocorrido anteontem à noite, ele decidiu retornar a
São Paulo e dormiu num terreno
perto da casa do empresário e
apresentador Silvio Santos.
A informação foi dada na noite
de ontem pelo capitão Samuel de
Oliveira, do 3º Batalhão de Polícia
Militar, que acompanhou conversa informal do sequestrador com
policiais no COC (Centro de Observação Criminológica).
"Fernando Pinto falou que depois do tiroteio com os policiais
civis ele acabou se apavorando e
aí pensou em pedir ajuda a Silvio
Santos", afirmou o capitão.
Segundo Oliveira, Fernando
Pinto também confirmou algumas informações dadas por Patrícia Abravanel, após ser libertada
do cativeiro, na terça-feira.
"Ele disse que em alguns momentos eles se ajoelhavam e oravam em grupo", disse o capitão.
Fernando Pinto chegou ao
COC, no complexo Carandiru, às
15h07 de ontem. A escolta policial
da casa do apresentador Silvio
Santos até o local contou com batedores, dois carros da PM e dois
furgões do Gate (Grupo de Ações
Táticas Especiais).
Logo depois, chegou o delegado
Itagiba Franco, do Depatri (Departamento de Investigações Sobre Crimes Patrimoniais), com o
objetivo de ouvir o depoimento
do sequestrador e também de lavrar o flagrante.
O advogado da família de Fernando Pinto, Laércio dos Santos,
também foi ao COC para acompanhar o depoimento. Tanto
Franco quanto Santos não tinham
saído para falar com a imprensa
até as 23h de ontem.
Policiais de Barueri foram ao
COC entregar objetos deixados
por Dutra Pinto no flat L" Etoile
Residence. Entre eles, estariam armas, roupas e um comprovante
de depósito bancário. Os policiais
não disseram em qual banco e em
nome de quem foi feito o depósito
e nem o valor depositado.
Curiosos
A chegada do sequestrador
atraiu a atenção de moradores de
um Cingapura, que fica em frente
ao COC. Curiosos se reuniram no
portão do centro. A imprensa não
pôde entrar no prédio. A unidade
tem celas individuais e mais vagas
do que presos. São 232 detentos
num local que comporta 360.
Lá estão criminosos como Mateus da Costa Meira, o atirador do
MorumbiShopping -crime
ocorrido em 99. O COC é subordinado à Secretaria da Administração Penitenciária, sem ligação
com a Polícia Civil ou Secretaria
da Segurança Pública.
Quando foi criado, na década de
80, o presídio servia para a triagem dos detentos.
Atualmente, reúne policiais envolvidos com chacinas, estupradores e presos ameaçados, que
não poderiam estar com os demais.
Colaborou ALESSANDRO SILVA, da Reportagem Local
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