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Petrelluzzi reconhece falha na ação policial
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Estado da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, admitiu que houve falha
na ação da polícia anteontem à
noite, quando os investigadores
Tamotsu Tamaki e Marcos Amorim Bezerra foram mortos ao tentar prender o sequestrador Fernando Dutra Pinto, no flat L'Etoile Residence, em Alphaville.
O investigador Reginaldo Gatura Nardis ficou ferido, mas recebeu alta ontem. "Houve uma falha operacional. Quando há um
policial morto, há falhas operacionais", disse Petrelluzzi.
Na ação, os três investigadores
quebraram uma norma da Polícia
Civil -informar a delegacia local
(no caso, a de Barueri) que estavam em diligência na região.
O delegado assistente de Barueri, Marcelo José do Prado, foi avisado da operação apenas minutos
antes do tiroteio travado no flat.
Além disso, Prado só foi avisado
da ocorrência pela equipe do Deas
(Delegacia Anti-Sequestro), enquanto esta se deslocava de São
Paulo para Alphaville. A Folha
apurou que o Deas foi comunicado da ocorrência minutos antes
disso, pelo dono do L'Etoile.
Segundo o delegado assistente,
os três investigadores ficaram sabendo que existia um homem
suspeito no flat na terça-feira à
noite. Dutra Pinto entrou no L'Etoile às 20h48, com outro nome.
O mensageiro que o ajudou a
carregar as malas para o apartamento 1004, no décimo andar,
ouvido pela equipe da Delegacia
de Barueri e cujo nome foi mantido em sigilo, teria percebido, de
acordo com Prado, que Dutra
Pinto usava uma arma na cintura.
Defesa
Pela manhã, segundo o delegado de plantão do 91º DP, Sérgio
Ricardo Silva, os três investigadores saíram em diligência rumo ao
flat. Dutra Pinto estava no quarto.
Ninguém explica porque os três
não subiram, preferindo fazer um
reconhecimento da área.
Os policiais foram embora e retornaram apenas no início da tarde, por volta das 13h. O sequestrador já havia acordado e saído,
pouco antes das 12h. Neste momento, Tamaki, Bezerra e Nardis
obtiveram informações da camareira de que Dutra Pinto estava
fortemente armado. Mesmo assim, não chamaram reforço.
O delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo,
afirmou que os policiais agiram
corretamente. "Eles receberam
um telefonema dizendo que havia
alguém em atitude suspeita e foram checar", disse, no velório.
Marcas de sangue
Às 17h35, o sequestrador voltou
do passeio, que incluiu a compra
de roupas na loja Colombo, de
Osasco. Ao entrar no saguão, os
funcionários indicaram-no para
Tamaki. O policial e o sequestrador subiram juntos no elevador.
Segundo Nardis afirmou à TV
Globo, assim que os dois saíram
do elevador, os três policiais tentaram imobilizar Fernando. Porém ele conseguiu desvencilhar-se, sacar duas pistolas e atirar para
todos os lados. O investigador Bezerra era perito em artes marciais.
Dutra Pinto desceu um lance de
escadas e quebrou a janela de vidro do saguão, que dá acesso a um
pequeno fosso, de cerca de 80 cm,
entre as paredes da torre do elevador e do bloco de apartamentos.
Dali, ele desceu escorregando,
segundo a polícia. Marcas de sangue foram encontradas na parede
externa do oitavo andar. Ele fez isso para escapar do reforço policial, que subia de elevador.
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