São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2001

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MEMÓRIA

Estudante foi morta após ser feita refém em ônibus

DO BANCO DE DADOS

Num dos casos de sequestro com cerco policial de maior repercussão, a estudante Geísa Gonçalves, 20, foi morta após ser feita refém em um ônibus, na zona sul do Rio, no ano passado. Sandro do Nascimento, 21, tentou assaltar o ônibus da linha 174 e fez dez reféns quando a polícia cercou o veículo.
Depois de mais de quatro horas de negociação, Nascimento deixou o ônibus usando Geísa como escudo. Um policial atirou contra o sequestrador, errou e acabou atingindo Geísa no queixo. Nascimento atirou três vezes contra a estudante, que morreu. Ele também morreu, por asfixia, durante seu transporte num carro da PM até o hospital.
Em 1995, outro sequestro ganhou destaque pela ousadia do sequestrador. Leonardo Pareja, 21, assaltou o publicitário Paulo Viana, em Salvador (BA), e fez refém sua filha Fernanda, 13. Depois de manter a garota sob a mira de uma pistola por 58 horas em um hotel de Feira de Santana (BA), trocou a menina por um comerciante e fugiu.
Driblou a polícia por 39 dias e entregou-se à Justiça. Preso, Pareja liderou, em março de 1996, uma rebelião no Cepaigo, em Aparecida de Goiás (GO), em que foram feitos 28 reféns, entre eles membros da cúpula do Judiciário do Estado. Depois de seis dias amotinados, Pareja e mais 50 presos fugiram, levando seis reféns. Cercado pela polícia, acabou se entregando em um posto de gasolina em Porangatu (GO).
Reconduzido à penitenciária, Pareja foi morto por um outro detento, em dezembro de 1996.
Em 1990, a professora Adriana Caringe, 24, foi morta por um atirador de elite da PM paulista depois de um cerco policial de cinco horas à casa dos pais dela.
Dois assaltantes invadiram a casa de Pedro Caringe, em Pompéia (zona oeste), e fizeram oito reféns. Com a chegada da polícia, os assaltantes passaram a fazer exigências para a fuga e mantiveram Adriana e seus pais sob a mira de revólveres.
Um atirador da PM, posicionado fora da casa, disparou um tiro de fuzil contra o assaltante, mas a bala atingiu também Adriana, que morreu no hospital.
Em Goiânia, em 1989, o sequestro do menino Said Agel Filho, 9, terminou com a fuga de quatro dos oito sequestradores. O menino foi sequestrado quando brincava em frente a sua casa. Descoberto o cativeiro, a polícia trocou tiros com os sequestradores, matou um deles e prendeu outros três. Os sequestradores que restaram libertaram o menino em troca de duas jornalistas de televisão que cobriam o caso e fugiram em um carro-forte.
A perseguição se arrastou pelas estradas de São Paulo até chegar ao Paraná. Faltou gasolina para os carros da polícia, e os policiais tiveram de emprestar armas.
Os sequestradores soltaram os reféns no Paraná e pediram um helicóptero para a fuga. O aparelho quebrou, e eles receberam um avião para fugir. Tentaram pousar no Paraguai, mas foram repelidos a tiros. Voltaram para o Brasil, pousaram em Toledo (PR), roubaram um carro e fugiram em direção ao Paraguai. Nunca foram encontrados.
Em 88, após um assalto frustrado a uma agência do Banco do Brasil em Goio-Erê (PR), dois ladrões mantiveram o gerente do banco refém por 145 horas. Depois de negociarem, eles trocaram o gerente por um padre e uma freira e fugiram. Depois de um cerco, um dos assaltantes morreu e outro foi preso.



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