São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2001

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Governo nega que atendeu pedidos

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, negou que o governo tenha atendido às exigências do sequestrador Fernando Dutra Pinto.
"Ele não fez nenhuma exigência", disse o secretário. Petrelluzzi afirmou que o sequestrador não exigiu o afastamento da Polícia Civil das negociações nem determinou o local para o qual queria ser transferido após se render.
Segundo o secretário, a decisão de afastar a Polícia Civil das negociações foi tomada por ele. Ele diz que agiu dessa maneira porque entendeu que, se houvesse uma ação contra o sequestrador e ele acabasse morto, poderia gerar especulações de que teria havido uma revanche pelo fato de Fernando Pinto ter matado, no dia anterior, dois policiais civis e ferido gravemente um terceiro.
"Pedi ao [Marco Antonio" Desgualdo [delegado-geral da Polícia Civil" para retirar seus policiais para o bom andamento do caso."
Petrelluzzi afirmou que, em casos como esse, onde existe refém, o comum é somente uma das polícias assumir o comando das negociações para o sequestrador ter confiança no interlocutor e facilitar as conversações.
Sobre a presença de Geraldo Alckmin na casa do apresentador Silvio Santos, o secretário afirmou que, depois de uma discussão com integrantes das polícias Civil e Militar e com assessores do governador, o grupo chegou à conclusão de que a ida de Alckmin "seria a melhor solução".
Apesar de a negociação ter contado com a presença do governador, Petrelluzzi disse que o Estado mantém a afirmação de que "o governo não negocia com bandidos", pois "o princípio que norteou o governo foi o da preservação da vida". "Achamos que cumprimos com nossa obrigação e fizemos o que tinha de ser feito."
Petrelluzzi disse ainda que o governo "não cede a exigências que coloquem em risco a sociedade e não negocia fuga ou soltura de presos". Para o secretário, o fato de o sequestrador ter sido encaminhado ao COC não é nenhum desrespeito às normas de negociação. "O importante é que a vítima está bem e o marginal, preso."
Para Petrelluzzi, se o sequestrador fosse para o 89º DP "e um tijolo caísse em sua cabeça, matando-o, poderiam dizer que a Polícia Civil foi a responsável".
O secretário encarou como normal o pedido do sequestrador de tomar banho e trocar de roupas depois que havia se entregado.



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