São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tragédia seria maior na linha verde

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Onofre Gonçalves de Jesus, se o acidente tivesse acontecido na linha que cruza a avenida Paulista (verde) seria uma tragédia.
O sistema que liga a estação Ana Rosa à Vila Madalena não possui sistema de ventilação o que, de acordo com Gonçalves, impediria a saída dos gases e a respiração dos passageiros.
"Se acontece um acidente assim na Paulista, morre um monte de gente. A sorte da linha 3 era a de já ter um sistema de ventilação em funcionamento", afirmou.
Segundo Décio Tambelli, diretor de operação do Metrô, a ventilação das outras linhas da capital só ficará pronta em dois anos. Tambelli afirma que não era possível prever se haveria ou não uma tragédia somente pela falta de ventilação, já que essa estrutura não é padrão e nem é utilizada por todos os metrôs em outros países.
O Sindicato dos Metroviários vai abrir uma sindicância paralela às investigações do Metrô. Eles querem descobrir as causas do incêndio e o motivo que teria levado um mecanismo de proteção dos cabos, que impede a propagação de curto-circuito, de não ter funcionado como isolante. "Essa é a questão mais importante a ser respondida pelo Metrô", afirmou o presidente do sindicato.
Para Gonçalves, ainda é prematuro afirmar que o acidente possa ter ocorrido por falta de manutenção. "Acredito que a manutenção deveria ser intensificada. É preciso que haja mais mão-de-obra trabalhando e mais investimento para que os passageiros tenham sua segurança 100% garantida", disse.
Dados do sindicato apontam que, em 1998, 2.800 pessoas trabalhavam na manutenção do Metrô. Neste ano, o número não chega a 1.800 funcionários.


Texto Anterior: Problema piora trânsito de SP
Próximo Texto: Família diz que houve negligência no socorro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.