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RIO
Possível construção de batalhão em favela motivou protesto
Família acusa PMs de ter matado filho com tiro
DA SUCURSAL DO RIO
A família de Oswaldo Pedro Ribeiro, 22, que morreu na madrugada de ontem após ter sido baleado na cabeça durante o conflito
entre moradores do complexo da
Maré (zona norte do Rio) e a Polícia Militar, está acusando os policiais de terem feito os disparos.
O conflito ocorreu durante protestos dos moradores contra a
construção de um batalhão da
PM na favela Nova Holanda, uma
das sete que formam o complexo
da Maré. O batalhão ficará em um
terreno da prefeitura que estava
destinado a sediar a segunda parte da Vila Olímpica do complexo.
Nos protestos, os moradores fecharam a av. Brasil e a linha Vermelha, principais vias de acesso
ao centro. A PM reagiu dando tiros para o alto. Duas pessoas ficaram feridas e oito foram presas.
Segundo o relações públicas da
PM, tenente-coronel Nílton Lourenço, os policiais não dispararam os tiros que mataram Ribeiro. Ele disse que o rapaz foi baleado quando os manifestantes da
Nova Holanda se dirigiram para a
vizinha favela do Timbau.
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PSB), disse que o conflito não mudará seus planos de
construir o batalhão no local. Para
o secretário de Segurança Pública,
coronel Josias Quintal, a confusão
foi orquestrada por traficantes.
Ontem, a PM deslocou 406 homens para fazer o policiamento
do complexo da Maré. No entanto nenhum operário apareceu para as obras do batalhão.
O presidente da Vila Olímpica
da Maré, Amaro Domingues, negou que o tráfico tenha organizado a manifestação de quarta-feira.
"O protesto foi uma resposta da
comunidade, que é contra a construção do batalhão naquele local."
Amaro afirmou que no dia 16 de
agosto encaminhou pedido à Assembléia Legislativa, ao governador e ao Ministério da Justiça para
que o batalhão não fosse construído na área de expansão do centro
esportivo. "A comunidade está
sendo vítima de uma violência,
por ter tido ameaçado seu direito
de cidadão de ter uma área de lazer", afirmou.
A assessoria de imprensa da
prefeitura informou que a cessão
do terreno para a Secretaria de Segurança foi autorizada pelo prefeito Cesar Maia (PFL). Segundo o
secretário municipal de Esporte e
Lazer, Ruy Cezar, o projeto de expansão da Vila Olímpica ainda está em andamento.
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