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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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EDUCAÇÃO

Enem deste ano terá 57.722 estudantes a mais do que em 2002, e será prestado em 2.495 locais em 605 municípios

1,87 milhão fazem exame do ensino hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 1,87 milhão de estudantes do país inteiro farão hoje a partir das 13h a sexta e maior edição do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A prova tem como intuito principal servir como avaliação individual. Segundo dados do último exame, 43% dos inscritos fizeram a prova para aproveitar a nota no vestibular -em 2001, esse percentual foi de 50%. Apenas 12% afirmaram fazer a prova para "saber se está preparado para o futuro" e 44% para "testar os próprios conhecimentos".
A nota do Enem é aproveitada no processo seletivo de 427 instituições de ensino superior do país. Nas três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp), a nota conta pontos desde 2000, representando até 20% da prova de conhecimentos gerais. A nota da redação não é aproveitada nessas universidades.
A edição deste ano será a maior de todas -terá 57.722 alunos a mais do que no ano passado, embora o maior crescimento desde a aplicação do exame, em 1998, tenha ocorrido em 2001.
A organização também ocorreu em menor tempo. Por problemas no processo de licitação, a empresa contratada só foi definida no final de julho. Em pouco mais de um mês, a Cesgranrio, vencedora da licitação desta e de todas as outras edições do Enem, processou as inscrições dos candidatos, contratou cerca de 140 mil pessoas para trabalhar como fiscal e coordenador de prova e alugou 2.495 locais em 605 municípios.
Apesar de ter apresentado um preço maior do que o consórcio formado pela Cespe (fundação ligada à UnB) e pela Vunesp (ligada à Unesp), a Cesgranrio venceu a concorrência na pontuação técnica. Após a divulgação do resultado, o consórcio conseguiu por meio de liminar que documentos que atestavam a experiência em grandes exames fossem aceitos. A liminar, entretanto, foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal e o resultado da licitação, mantido.
Após a assinatura do contrato, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pela prova, conseguiu por meio de negociações com a Cesgranrio diminuir em R$ 5,7 milhões o valor pago pelo exame. A prova deste ano custará R$ 44,13 milhões, R$ 7,16 milhões a menos do que no ano passado. O valor da licitação foi de R$ 43 milhões para aplicação de 1,6 milhão de provas. Para cada aluno participante, o Inep teria de pagar também R$ 25.
Em negociações, o Inep conseguiu que o valor de excedente passasse a ser de R$ 21,50 por pessoa e o valor base fosse de R$ 38,19 milhões. Para diminuir o custo, foram feitas modificações. Apenas com a impressão da capa do manual do participante em preto e branco e com a mudança do papel usado foi possível economizar cerca de R$ 1 milhão.
Mesmo assim, o valor foi maior do que o que seria cobrado pelo consórcio perdedor da licitação. Segundo Newton de Oliveira, coordenador do exame, as negociações não foram motivadas pelo valor mais baixo dos concorrentes de licitação. "A lei faculta ao administrador público buscar uma redução do preço, e foi isso que nós fizemos. Isso é uma prática do administrador público."


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