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PF surge como fiel da balança de disputa política
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) disse ontem à
noite que tomará hoje uma decisão sobre o pedido feito pela Prefeitura de São Paulo para que a
Polícia Federal participe das investigações do massacre.
De manhã, antes de receber o
ofício com a solicitação, o ministro afirmou que iria analisá-la,
"ressalvando e ressaltando que,
como regra, compete à Polícia Civil a investigação do crime".
Dentro do próprio PT a iniciativa da prefeitura não é consensual.
"Continuo insistindo que a competência é da polícia do Estado. Se
ela achar que necessita da PF, ela
fará a solicitação", disse o deputado federal Orlando Fantazzini
(PT-SP), coordenador da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que foi ontem ao DHPP.
O delegado Luiz Carlos dos Santos não acha que o auxílio seja útil.
"A PF é nossa parceira, mas não é
o momento de ela entrar nesta investigação. Não há necessidade.
Se entendêssemos que eles iriam
efetivamente nos ajudar, aceitaríamos. Mas não vejo como."
O principal argumento da prefeitura para pedir auxílio da PF é a
suspeita de direcionamento das
investigações. "O termo [de declaração dos funcionários do hospital à Corregedoria da guarda]
estabelece um princípio gravíssimo de indução", diz Mariano.
A polícia questiona o termo dizendo que ele omite a reação de
um dos funcionários do hospital
diante da acusação contra a guarda. "No depoimento que deu à
polícia, o funcionário confirma
que colocou as mãos na cabeça e
disse: "Bem que meu cunhado comentou que os marreteiros falam
que isso foi coisa da guarda'", diz
Santos. O cunhado vai ser ouvido.
A prefeitura rebate e apresenta
um relatório médico assinado pelo coordenador de neurocirurgia
do hospital Ermelino Matarazzo,
que afirma que o sobrevivente ouvido pela polícia está "impossibilitado de prestar esclarecimento".
Mariano também solicitou que
o Ministério Público e o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, passem a acompanhar
todos os depoimentos do caso.
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