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NA POLÍCIA
Ministério Público deve denunciar vereadora sob acusação de peculato e formação de quadrilha
Polícia espera cassação de Maeli para concluir inquérito e sugerir denúncia
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
A polícia vai esperar a decisão de hoje dos vereadores
paulistanos sobre a
cassação de Maeli
Vergniano para
anunciar a conclusão do inquérito que investiga o envolvimento
da parlamentar paulistana em irregularidades na Administração
Regional de Pirituba.
A Folha apurou que o inquérito
vai sugerir que a vereadora seja
denunciada pelo Ministério Público sob a acusação de peculato e
formação de quadrilha e incluirá
o pedido de quebra do sigilo bancário da parlamentar.
A decisão de não concluir o inquérito, segundo apurou a reportagem, tem o objetivo de não "influenciar" o julgamento na Câmara. Em sessão especial, os vereadores vão decidir se acatam o relatório da comissão processante,
encerrado na semana passada, e
aprovam sua cassação por falta de
decoro parlamentar.
A cassação é decidida com o voto de 37 de 53 vereadores -o autor da denúncia, vereador José
Eduardo Cardozo (PT), e a parlamentar não votam.
A Folha procurou ontem a advogada de Maeli, Tânia Liz, para
falar sobre o assunto, mas ela não
respondeu ao recado deixado pela reportagem em seu escritório
em São José dos Campos.
A vereadora também não falou
sobre o assunto depois que sua
cassação foi pedida pela comissão
processante, na quinta-feira.
O delegado Romeu Tuma Jr.,
responsável pelas investigações,
não quis se manifestar sobre a
possibilidade de a conclusão do
inquérito também envolver o pedido de prisão da vereadora.
Indiciamento
O pedido que a polícia fará após
a decisão da Câmara é o último
passo do inquérito que apurou
denúncias de irregularidades na
Administração Regional de Pirituba, que foi controlada politicamente por Maeli.
Ela foi indiciada (acusada formalmente) sob a acusação de peculato (apropriação de bens ou
valores públicos) e formação de
quadrilha. Cabe ao Ministério Público apresentar a denúncia para
que Maeli seja julgada.
A vereadora começou a a ser investigada pela CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) da máfia da propina. A partir dessa investigação surgiu a denúncia contra a vereadora e a abertura da comissão processante. O último
passo desse processo é a cassação
ou o arquivamento do pedido.
Acusação
Nas investigações da Câmara e
da polícia, as acusações contra a
vereadora são as mesmas. Ele é
acusada de usar para fins pessoais
um carro da Vega Ambiental.
A empresa presta serviços de
limpeza na Regional de Pirituba e
cede o carros para que funcionários da unidade façam a fiscalização do serviço.
Ele também é acusada de participar de um esquema de cobrança
de propina na regional e de coagir
testemunhas e integrantes da CPI
que a investigou.
"Existem tantas provas materiais coletadas no inquérito (da
Regional de Pirituba) que não tenho dúvida que nós vamos oferecer condições para que o Ministério Público faça a denúncia e para
a Justiça condená-la", disse ontem o delegado Romeu Tuma Jr.
Não havia a mesma certeza ontem sobre a cassação no Legislativo. Na Câmara, circulava ontem
um boato entre vereadores governistas de que Maeli teria o apoio
de mais de 17 parlamentares. São
votos suficientes para que o pedido de cassação seja arquivado.
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