São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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NA FILA
Ele diz que não será aliado incondicional de Pitta
Suplente de Maeli é delegado do 77º DP

SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local

A bancada governista na Câmara Municipal de São Paulo pode passar a contar com um voto a menos se o mandato de Maeli Vergniano for cassado.
O suplente de Maeli, o delegado Carmino Pepe, 51, já anunciou que rejeita o rótulo de governista e declarou que seu voto não será orientado pelo Executivo.
"Vou como independente", disse Pepe à Folha. "Não caso com o governo nem visto a camisa do PT. Vou analisar cada um dos projetos e votar. Não tenho compromisso com ninguém."
Candidato pelo PL, Pepe teve 12.177 votos em 96 e ficou como o primeiro suplente da coligação PL-PDT, que elegeu Maeli. Em tese, o PL é um dos partidos que compõem a base de apoio do prefeito Celso Pitta. Hoje, porém, dos três representantes que o partido tem na Câmara -Maria Helena Fontes, José Viviane Ferraz e Mohamad Mourad-, um (Mourad) vota com os oposicionistas.
Policial há 27 anos, o titular do 77º DP (Santa Cecília) filiou-se ao PL para se candidatar "porque um amigo havia desistido". Elegeu-se com votos espalhados pela cidade, vindos sobretudo de delegados e investigadores.
Para Pepe, "as denúncias de corrupção estão fazendo com os vereadores o que já fizeram com os policiais". "Alguns fazem as coisas erradas, mas todos levam a fama de corruptos."
Se assumir amanhã, Pepe deve se abster da votação da cassação de José Izar (PFL). "Não olhei o processo, não estava lá, não posso votar", declarou.
Sobre a instauração de uma nova CPI para investigar outros braços da máfia da propina, o delegado disse que ela só terá seu voto "se existirem provas materiais suficientes".
Ele também afirmou ser a favor da legalização das peruas, mas disse ser contrário à venda do Pacaembu, um dos bens municipais que Pitta pretende privatizar para pagar a dívida do município com a União.

Izar
Diferentemente de Pepe, o suplente de José Izar (PFL) é um declarado membro da base governista. Candidato pelo PFL, Carlos Takahashi, 36, é hoje assessor de Pitta para assuntos intermunicipais.
Em 96, teve 11.243 votos. A maioria veio, segundo ele, dos membros da Seicho-no-iê.
Em 97, ele substituiu Ivo Morganti (PMDB) por um mês. Na ocasião, apresentou 12 projetos. Entre eles estava a proposta de criação de uma controladoria do Executivo, que promete reapresentar. "O prefeito é uma pessoa muito correta. Farei o que puder para ajudá-lo", disse Takahashi.



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