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CLIMA
Aumento é de 99,5% em relação ao ano passado; secretário do Meio Ambiente descarta rodízio estadual
Queimadas dobram neste ano em SP
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
O número de queimadas no Estado de São Paulo cresceu 99,5%
neste ano em relação ao ano passado, segundo dados coletados
pelo Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais).
Foram registrados 1.157 focos
dos dias 1º a 29 deste mês, contra
580 em todo o mês de agosto do
ano passado no Estado.
Segundo Gilvan Sampaio, do
setor de monitoramento de queimadas do Centro de Previsão e
Estudos Climáticos (Cptec), do
Inpe, agosto é sempre o mês em
que se registra o maior número de
queimadas, principalmente nas
regiões canavieiras do Estado.
"Não tenho dúvidas de que
mais de 80% dos focos surgiram
por ação do homem, mas o tempo
seco contribuiu para o surgimento de focos de incêndio", disse.
Nas áreas norte e oeste do Estado já não chove há mais de 30
dias.
Na Grande São Paulo, o Inpe
não registra chuvas há 10 dias,
tempo suficiente para a vegetação
secar e propiciar novos focos.
Outro fator que ajuda a explicar
o aumento das queimadas no Estado é o crescimento da área cultivada. Entre as safras 96-97 e 97-98, as lavouras cresceram 3%.
As queimadas, segundo Sampaio, estão contribuindo para o
aquecimento de regiões do interior do Estado.
Na região de Campinas, onde
não chove há 70 dias, foram registrados 40 focos de incêndios em
áreas rurais entre domingo e ontem, quando, no mesmo período
do ano, normalmente são detectados 20 focos de fogo em matas.
A fumaça das queimadas contribuiu para que, pela segunda vez
em cinco dias, a região entrasse
em estado de alerta devido à baixa
umidade relativa do ar (quantidade de água espalhada pela atmosfera), que atingiu 18,1% às 14h50
de ontem. O índice é o menor dos
últimos três anos.
Há risco de racionamento de
água em cidades como Sumaré,
Hortolândia e Jaguariúna, devido
à falta de chuvas. Há oito dias a
umidade relativa do ar na região
está abaixo de 30%.
Apesar de não haver previsão de
chuva para a Grande São Paulo
nos próximos dias, o que dificulta
a dispersão de poluentes, o secretário do Meio Ambiente, Ricardo
Tripoli, voltou a descartar o rodízio estadual ontem, que só ocorrerá se houver excesso de poluição por monóxido de carbono.
Ontem foi decretado estado de
atenção na Mooca, mas por excesso de ozônio.
Ontem foi o dia mais seco do
ano em Brasília. A umidade relativa do ar nas horas mais quentes
(entre as 12h e as 16h) foi de 19%.
A previsão para hoje é que a umidade oscile entre 15% e 20%.
Colaboraram a Folha Campinas, a Sucursal
de Brasília e a Reportagem Local
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