São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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Projeto custaria mais de US$ 100 mi

da Reportagem Local

A criação de uma área específica para fumantes nas aeronaves em uso hoje pelas empresas nacionais é inviável economicamente.
Um estudo técnico divulgado no fim do ano passado pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNA) aponta que um fabricante gastaria pelo menos US$ 100 milhões para desenvolver um novo projeto que impeça a circulação da fumaça.
E, mesmo que uma empresa estivesse disposta a adequar suas instalações, todo o processo demoraria, no mínimo, três anos -entre testes e aprovação dos órgãos competentes.
Para adequar uma aeronave, seria preciso modificar todas as tubulações, os dutos e a arquitetura do avião. Isso porque o ar dentro da aeronave circula por todos os compartimentos do avião.
De acordo com o estudo, as modificações implicariam também adaptações no sistema de pressurização, que garante que a pressão do ar dentro da aeronave seja igual à do solo.
Uma parede isolando um compartimento não seria suficiente para barrar a circulação da fumaça. Haveria a necessidade, por exemplo, de instalação de um sistema duplo de ar-condicionado.
Um outro problema apontado pelas empresas aéreas é o fato de grande parte da frota ser adquirida por meio de leasing (espécie de aluguel com opção de compra ao final do contrato).
Ao fazer um investimento tão alto para adequar a aeronave, as empresas questionam se receberiam de volta, do fabricante, o valor investido caso resolvessem devolver o avião.

TAM
A TAM é a única empresa nacional que possui em sua frota quatro aviões já adaptados com área para fumantes. São quatro Airbus A-330/200 equipados com um sistema de exaustão especial para sugar a fumaça, impedindo sua circulação pela cabine. A área fica localizada entre a primeira classe e a executiva.
Com base na nova MP, hoje, no país, esses são os únicos aviões em que passa a ser permitido fumar.
As empresas aéreas preferiram não se manifestar antes de serem notificadas pelo DAC (Departamento de Aviação Civil).
(PRISCILA LAMBERT)

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