São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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OUTRO LADO

Instituição tenta encontrar culpados

da Reportagem Local

O presidente da Febem, Eduardo Roberto Domingues da Silva, afirmou que a instituição tem procurado "encontrar os culpados" por atos de violência nas unidades de jovens infratores.
Ele disse que, desde o início do ano, a direção da Febem já ouviu 1.066 funcionários suspeitos de irregularidades. "Já tivemos 14 afastamentos e oito demissões por justa causa", afirmou.
"A violência não é a nossa diretriz. Apuramos com rigor toda informação de agressão", disse o presidente da Febem.
Segundo ele, a superlotação é um dos principais fatores de problemas como a violência. "A Justiça tem determinado muitas internações", justifica.
Silva disse que também tem encontrado dificuldade em construir os miniinternatos no interior do Estado, em razão da "resistência" de prefeitos.
O presidente disse que a duplicação de vagas (de 1.500 para 3.000) não foi suficiente para conter o aumento de internações.

Representação
Três promotores da Infância e da Juventude da capital entraram ontem com uma representação na Justiça pedindo melhorias no complexo da Imigrantes da Febem e o afastamento de Eduardo Roberto Domingues, cujo mandato termina hoje. Ele pode ser reconduzido ou não ao cargo pelo governador Mário Covas.
Segundo o promotor Wilson Ricardo Coelho Tafner, a ação foi movida em razão das "graves irregularidades" constatadas em visita a unidades da Imigrantes, no último dia 23. Na ocasião, promotores e juízes encontraram mais de 60 objetos que seriam usados para torturar jovens infratores internados no local.
"Acho que é uma providência de efeito, pois estou no fim do mandato", disse Silva. Além dele, a representação pede o afastamento de três diretores do complexo da Imigrantes. (AL)

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